O que é EV/EBITDA?
O EV/EBITDA é um importante indicador formado por dois indicadores bastante utilizados: EV e EBITDA.
Para interpretar o EV/EBITDA, é preciso entender o que cada um desses índices representam.
O EV, ou Enterprise Value (Valor da Firma), representa a soma entre o valor de mercado das ações de uma empresa e sua dívida líquida. Ele é formado por três componentes: Valor de Mercado, Valor das Dívidas e Caixa e Equivalentes de Caixa. Já o EBITDA, ou Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization (Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização – LAJIDA), representa o resultado operacional da empresa antes do desconto de:
- Juros;
- Impostos;
- Depreciação de Bens;
- Amortização.
Dessa forma, o EV/EBITDA pode ser usado para comparar companhias de diferentes setores e até mesmo localidades com precisão, algo que outros indicadores não permitem.
Como interpretar o EV/EBITDA?
O cálculo do EV/EBITDA representa o resultado de vários lançamentos após um longo período para uma empresa. Já para os investidores, ele é uma oportunidade para comparar informações relevantes entre empresas com diferentes realidades, inclusive de nacionalidades e estruturas de capital distintas.
É comum que esse indicador seja útil em casos de fusões e aquisições, pois permite a comparação entre empresas com diferentes níveis de endividamento e até mesmo regimes tributários. Com o resultado, o investidor pode fazer análises ou comparações.
Análise do EV/EBITDA
Ao analisar o EV/EBITDA, é preciso levar em conta a representação do EV, que é o valor atribuído à empresa pelo mercado. Se apenas esse indicador aumenta, é possível interpretar que a empresa está crescendo, mas produzindo o mesmo resultado.
Portanto, enquanto o mercado possui perspectivas positivas em relação à empresa e sua situação financeira pode estar mais positiva, existe uma indicação de que o resultado operacional da empresa não evoluiu ao longo do tempo.
Isso porque o EBITDA representa os resultados que a empresa obtém sem a subtração de suas despesas. No entanto, em uma situação onde apenas o EBITDA aumenta, o sinal é positivo, pois a empresa conseguiu melhores resultados mesmo sem apresentar um crescimento de tamanho e recursos.
Comparação do EV/EBITDA
Uma das utilizações principais desse indicador é na comparação entre os resultados de diferentes empresas. É uma representação do quanto uma empresa consegue produzir com seus próprios recursos.
Como o resultado é considerado em anos, quanto mais baixo, menos tempo uma empresa leva para ter o retorno do seu investimento se mantiver a mesma produção operacional dos últimos 12 meses. No entanto, vale lembrar que, se esse resultado chegar através da diminuição do EV, existe a possibilidade de uma má reputação no mercado e problemas no caixa da empresa.
Como calcular o EV/EBITDA?
Para calcular o EV/EBITDA, é preciso calcular anteriormente os dois indicadores que compõem esse índice.
Para calcular o EV, é necessário levar em conta quatro fatores:
- Valor de Mercado;
- Total de Dívidas da Empresa;
- Valores em Caixa;
- Ativos Não Operacionais.
Com essas informações, é possível encontrar a fórmula do Enterprise Value, que é a seguinte:
EV = Capitalização + Dívida – Caixa e Equivalentes – Ativos Não-Operacionais
Já para calcular o EBITDA, é preciso calcular a receita líquida da empresa e subtrair os custos dos produtos vendidos (CPV) e as despesas gerais do negócio (VG&A).
As duas fórmulas do EBITDA existentes são:
- EBITDA = Resultado Líquido + Juros + Impostos + Impostos + Depreciação + Amortização;
- EBITDA = Resultado Operacional (DRE) + Depreciação + Amortização.
Exemplo de utilização do EV/EBITDA
Para fazer o cálculo do EV/EBITDA de uma empresa “X”, deve-se utilizar os seguintes dados fictícios: Supondo que no período de análise a empresa “X” possui ações cotadas a R$12,00 e um total de 400 mil papéis emitidos, seu valor de mercado seria: 12 x 400.000 = R$4,8 milhões.
Para calcular seu valor total de dívidas, é preciso avaliar o seu balanço patrimonial, que indica R$ 2 milhões em débitos, sendo eles de curto e longo prazo, além de um caixa de R$1,5 milhões.
Com isso, o cálculo do EV seria: (R$4.800.000) + (R$2.000.000) – (R$1.500.000) = R$5.300.000.
Enquanto isso, o EBITDA atual da empresa pelos últimos 12 meses foi de R$500.000. Nesse caso, o EV/EBITDA resulta em: 5.300.000 / 500.000 = 10,6.
Limitações do EV/EBITDA
Apesar de ser um indicador bastante relevante dentro da análise fundamentalista de investimentos, o EV/EBITDA possui suas limitações. Se uma empresa possui uma alta alavancagem financeira, o indicador não consegue demonstrar isso.
Nesse caso, o pagamento de altos juros e até mesmo estado de prejuízo financeiro pode passar despercebido. Esse indicador também ignora informações relevantes, como: juros pagos, receita financeira, tributos, investimento em capital de giro e CAPEX.
Por conta disso, a análise do EV/EBITDA precisa ser feita em conjunto com outros indicadores financeiros para que o resultado apresentado seja eficiente e realista.
Foi possível saber mais sobre EV/EBITDA? Deixe suas dúvidas nos comentários.
ERRO: 600 mil papéis não! 400 mil papéis.
EXEMPLO DE UTILIZAÇÃO DO EV/EBITDA
Para fazer o cálculo do EV/EBITDA de uma empresa “X”, deve-se utilizar os seguintes dados fictícios: Supondo que no período de análise a empresa “X” possui ações cotadas a R$12,00 e um total de 600 mil papéis emitidos, seu valor de mercado seria: 12 x 400.000 = R$4,8 milhões.
Olá Wellington.
Agradeço o comentário. O valor foi atualizado corretamente no artigo. Abs e obrigado por acompanhar nosso glossário de finanças e investimentos.
Tbm não entendi. Pensava que somava o caixa ao valor da empresa e subtrairia a dívida.
Aguardo equipe SI
Qual numero de ev/ebitda usar como parametro e referencia?
Olá, André!
Não há uma regra específica. O ideal é comparar com empresas do mesmo setor.
Poderia dar um exemplo fictício. dessa análise comparativa?
Mas quanto maior o número, melhor?
Ex.: EV/EBITDA de WEG é de 63,28, enquanto o da SCHULZ é de 6,83…
Agradeço pelo retorno!
Olá, Alexandre!
Não. O EV/EBITDA deve ser um valor moderado, nem muito alto, nem muito baixo. O ideal é sempre comparar com outras empresas do setor e descobrir a média.
boa tarde ,não entendi no exemplo porque a quantidade em dívidas da empresa é somada ao seu valor de mercado e não subtraída, não seria o caixa somado ao valor de mercado e as dívidas subtraídas?
Obrigado
Olá, Omar!
A Dívida, apesar de remeter a uma coisa ruim, representa uma das possíveis formas de crescimento de uma empresa. Ao contrair dívidas, uma empresa incorpora essa quantia ao seu valor da firma. Os caixas, por sua vez, serão utilizados (provavelmente) para pagar as dívidas e, por isso, devem ser subtraídos.
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