O que é a análise fundamentalista?
A análise fundamentalista é uma ferramenta para avaliação de investimentos no longo prazo. O objetivo é identificar se vale a pena aplicar seu dinheiro em uma companhia listada na bolsa de valores.
A análise fundamentalista é adotada por grandes investidores do tipo holder. Alguns deles são Benjamin Graham e Warren Buffett. Também é bastante conhecida no mercado financeiro.
Para que serve a análise fundamentalista?
Com essa ferramenta, o investidor verifica:
- como está a saúde financeira da empresa;
- o contexto econômico em que o negócio está inserido;
- o preço justo para as ações.
Todos esses fatores são considerados a partir da possibilidade da companhia em gerar valor no longo prazo. Para chegar a essa conclusão, a análise fundamentalista considera várias informações financeiras, como:
- número de clientes;
- geração de lucro;
- crescimento da receita.
Esses detalhes são combinados às informações do setor de atuação da empresa e ao histórico organizacional. Com isso, fica mais fácil fazer previsões.
Como funciona a análise fundamentalista?
A avaliação considera variáveis quantitativas. Elas podem ser medidas em termos numéricos e mostram a sustentabilidade do negócio.
Esse é o caso dos demonstrativos financeiros. Por exemplo, o balanço patrimonial e a Demonstração de Resultados do Exercício (DRE). Afinal, é possível mensurar os ativos, o lucro, a receita e mais.
Além disso, existem as variáveis qualitativas. Elas focam a qualidade. Portanto, são menos tangíveis. Por exemplo:
- reconhecimento da marca;
- existência de patentes;
- propriedade das tecnologias;
- características dos membros da diretoria;
- reputação da companhia no seu setor de atuação.
Quais são os indicadores da análise fundamentalista?
A análise fundamentalista é indicada para investidores que buscam lucrar no longo prazo. Ela ajuda a identificar quando as ações estão com um preço menor do que o seu valor intrínseco.
Essa verificação depende de indicadores. Os principais para a análise são:
Balanço patrimonial
Mostra todas as movimentações financeiras de um período. É separado em:
- ativos: bens e direitos da empresa;
- passivos: são as obrigações financeiras, isto é, o que tem a pagar;
- patrimônio líquido: é a diferença entre ativos e passivos.
Demonstração de Resultado do Exercício (DRE)
Indica se a empresa teve lucro ou prejuízo a partir da diferença entre receita e despesa. A elaboração desse documento deve ser anual e trimestral para as empresas listadas na bolsa de valores.
Dentro da DRE está o EBITDA, ou seja, Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização. Esse indicador ajuda a entender como está a geração de caixa da companhia. Também mostra se a empresa é eficiente em comparação com os concorrentes.
Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC)
Mostra como está o caixa da empresa. Apesar de considerar os dois indicadores citados acima, o foco é saber quanto entra e sai.
Quais fatores são analisados?
A análise fundamentalista abrange diferentes aspectos. É importante considerar todos eles para chegar à conclusão de forma mais acertada. Confira.
Fatores microeconômicos
São as variáveis relacionadas ao setor de atuação ou à empresa. Permitem realizar duas análises:
- histórica: abrange o balanço patrimonial, o desempenho financeiro, a DRE e o DFC;
- qualitativa: envolve a gestão, o reconhecimento e a reputação do negócio.
Vale a pena mencionar que a análise qualitativa consideram diferentes detalhes. Entre eles estão:
- capacidade dos gestores;
- preços de compra dos insumos, que devem ser baixos para ter elevada margem de lucro operacional;
- concorrência, ou seja, o desempenho do negócio perante as outras companhias do setor.
Fatores macroeconômicos
São aqueles relacionados à economia. Abrangem:
- nível de atividade, como Produto Interno Bruto (PIB), nível de emprego etc.;
- inflação, porque abrange o poder de compra e preços do ativo;
- taxa de câmbio, que tem relação com a competitividade no mercado internacional;
- taxa de juros, que envolve o crescimento no mercado.
Fatores setoriais
Representam o panorama do setor de atuação. São considerados:
- tamanho e faturamento: são verificados conforme a relação per capita e histórica;
- capacidade instalada: envolve os diferenciais competitivos;
- tecnologia: abrange importação e exportação;
- novos produtos: verifica possíveis barreiras de entrada e surgimento de novos concorrentes no mercado.
Quais são as vantagens da análise fundamentalista?
Essa abordagem é bastante utilizada no mercado de capitais. Existem vários motivos para isso. Entre eles estão:
- abrangência da análise fundamentalista, que permite fazer uma investigação profunda sobre a empresa e seu potencial no longo prazo;
- segurança nas tomadas de decisão;
- facilidade de avaliação devido ao conhecimento acumulado com o tempo;
- exatidão alcançada na verificação de empresas com finanças sustentáveis.
E quais são as desvantagens da análise fundamentalista?
Também há crítica em relação à análise fundamentalista. A principal é a necessidade de avaliar diferentes indicadores. Isso torna o processo mais complicado e demorado. Além disso, é necessário cumprir algumas exigências:
- ter conhecimentos específicos sobre dados e fatores;
- saber analisar balanços e demonstrações contábeis.
Como fazer a análise fundamentalista?
Esse processo é complexo, mas pode ser dividido em algumas etapas. O importante é fazer projeções de diferentes ativos a partir dos dados coletados. Veja o que fazer:
Colete dados e números
Recupere as informações dos cenários micro e macroeconômico. As projeções dependem desses números.
Faça projeções
O objetivo é determinar o potencial de valorização no médio e no longo prazos. Essas previsões precisam ser embasadas em números da empresa e do mercado. Por isso, é necessário revisá-las com a divulgação de novos resultados.
Compare e decida
Verifique a situação da empresa em relação à concorrência. O propósito é ter referências e compreender a situação. Assim, é possível concluir se o investimento é válido para sua estratégia e perfil.
Quais são as diferenças entre análise fundamentalista e técnica?
A análise fundamentalista é voltada para o longo prazo. Portanto, é indicada para holders.
Já a análise técnica tem foco no curto prazo. Por isso, é válida para operações de um dia ou de algumas semanas, no máximo. É recomendada para traders.
Desse modo, a análise fundamentalista é bastante útil, desde que você utilize essa ferramenta do jeito certo. Por isso, é necessário seguir as indicações apresentadas.