O que é marcação a mercado?
A marcação a mercado é uma atualização diária nos preços de um ativo. Ela determina qual é o preço de venda de um ativo para saber quanto ganharia com a negociação. Por isso, ela demonstra como está a composição da sua carteira no momento.
Apesar de parecer um termo complicado, a marcação a mercado está presente na vida de milhões de investidores. Especialmente, de quem deseja fazer o resgate antecipado dos valores aplicados na renda fixa.
Afinal, como há variação nos valores, você pode ganhar mais ou menos ao fazer o saque. Portanto, entender esse conceito ajuda a definir o melhor momento para o resgate.
Como funciona a marcação a mercado na renda fixa?
Muita gente acredita que é raro haver perdas nos investimentos da renda fixa. Isso porque são ativos conservadores e de baixo risco. Na verdade, isso só acontece quando o saque é feito no vencimento.
Se acontecer antes do prazo, a marcação a mercado indica quanto o investidor ganhará. Para entender melhor, basta acompanhar todos os dias a aplicação realizada.
Explicando: quando você compra um título de renda fixa, tem uma rentabilidade preestabelecida. No entanto, o preço de mercado de cada papel muda diariamente. Com isso, o total investido também é corrigido.
Esse movimento acontece de acordo com as expectativas dos investidores e as negociações realizadas. Assim, as perspectivas definidas pelo Comitê de Política Monetária (Copom) para a Selic e o Certificado de Depósito Interbancário (CDI) são cumpridas. Além disso, os preços dos títulos são formados.
Dentre os títulos de renda fia que sofrem influência da marcação a mercado estão:
- Certificado de Depósito Bancário (CDB);
- Certificado de Recebíveis Imobiliário (CRI) e do Agronegócio (CRA);
- Tesouro Direto;
- Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA).
Como funciona a marcação a mercado nos fundos de investimentos?
Os fundos de investimento também são impactados pela marcação a mercado. Nesse caso, o valor diário dos ativos que compõem a carteira é dividido pelo total de cotas.
Aqui, o propósito da ferramenta é garantir que novos investidores identifiquem se o valor da cota está caro ou barato. Ao mesmo tempo, todos os cotistas compartilham ganhos e perdas.
Como isso acontece tanto na valorização quanto na desvalorização, os investidores podem ter rentabilidades diferentes. Assim, quem entrou no início do mês ganha de forma diversa aos investidores que compraram cotas na metade do mesmo mês. Tudo depende do preço do ativo na ocasião.
O que interfere na marcação a mercado?
Dependendo do tipo de ativo, os fatores que impactam esse cálculo variam. Conheça os principais.
Liquidez
Os ativos com mais liquidez sofrem uma interferência diferente da marcação a mercado. Nessa situação, ela é mais rápida. A base é o fechamento dos preços ao final do dia.
Por exemplo, o Tesouro Direto divulga os valores todos os dias. O que vale são as expectativas futuras de indicadores macroeconômicos, como inflação e CDI.
Por outro lado, existem os investimentos com menor liquidez. Eles sofrem a marcação a mercado conforme a estimativa de preço justo para negociação.
Rentabilidade
Os títulos de renda fixa pós-fixados são ajustados de acordo com a taxa de referência. Por exemplo, a Selic ou o CDI.
Já os títulos prefixados ou vinculados à inflação têm variação de acordo com a Selic até a data de vencimento. Assim, quando o mercado espera uma elevação na taxa de juros, a remuneração tende a aumentar. Ao mesmo tempo, o preço atual costuma diminuir. O inverso também ocorre.
Qual a função da marcação a mercado?
O principal objetivo é sustentar as negociações atuais, apesar das valorizações ou desvalorizações do ativo. Assim, o desempenho do título é apresentado. Além disso, há interferência do interesse por compra e venda dos mercados primário e secundário.
A consequência é o equilíbrio dos valores para os investidores que querem liquidez alta para sacar antes do vencimento. A rentabilidade é ajustada de acordo com o valor real no dia da sua liquidação.
Quais são as vantagens da marcação a mercado?
Essa ferramenta traz transparência aos dados. Ela mostra o desempenho real da carteira do investidor. Por isso, esse é o padrão para atualização dos títulos desde 2002.
Essa característica também traz transparência e confiabilidade ao mercado. Afinal, equilibra a rentabilidade entre os cotistas. Outras vantagens são:
- equilíbrio nos ganhos e perdas entre os cotistas do fundo;
- impedimento à transferência de riquezas entre um investidor e outro;
- consideração da volatilidade das taxas de juros, o que evita a distorção do valor de mercado dos papéis;
- redução da defasagem da carteira, porque há atualização diária dos preços.
Em relação a possíveis desvantagens, elas não existem. No entanto, essa ferramenta depende de um mercado eficiente.
De toda forma, a marcação a mercado é uma oportunidade para entender melhor os investimentos. Assim, decisões mais acertadas podem ser tomadas.