CRA

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O que é CRA?

No geral, os certificados de recebimento são títulos de renda fixa de crédito privado que representam uma promessa de pagamento futuro em dinheiro. Uma dessas opções é o CRA, o Certificado de Recebíveis do Agronegócio.

O CRA é lastreado em recebíveis originados de negócios entre produtores rurais e terceiros. Ele abrange financiamentos ou empréstimos relacionados à produção, à comercialização ou à industrialização de produtos agropecuários, entre outras atividades.

Para que serve o CRA?

Quem investe em um papel de CRA está investindo no fluxo de rendimentos de créditos que servem para financiar projetos do agronegócio.

Em outras palavras, o investidor está comprando o direito a receber os pagamentos de financiamentos do setor. Sendo assim, terá direito a receber uma remuneração do emissor do título junto com o valor investido.

Isso pode acontecer de forma periódica ou na data de vencimento do papel. A empresa que concedeu o crédito para a produção rural usa os certificados de recebíveis para antecipar seus recebimentos.

Isso é possível ao contratar uma companhia securitizadora, empresa especializada em “empacotar” esses créditos na forma de títulos de renda fixa, nesse caso, o Certificado de Recebíveis do Agronegócio.

Como funciona o CRA?

Assim como outros papéis de renda fixa, no CRA, compram-se os papéis e, em troca de manter os recursos aplicados, recebe-se uma remuneração por isso em forma de juros.

Assim como no caso de outros títulos de renda fixa, também é possível prever a remuneração do CRA. Isso porque, ao comprar um título, você já sabe como será calculada a sua rentabilidade.

As formas mais comuns de remuneração do Certificado de Recebíveis do Agronegócio são as seguintes.

  • Percentual do CDI: preferível em tendência de aumento dos juros;
  • CDI + taxa prefixada: preferível em tendência de queda dos juros;
  • Índices de preços ou inflação + taxa prefixada (ex: IGP-M, IPCA): preferível para investidores de longo prazo que buscam preservação de patrimônio;
  • Taxa prefixada: preferível após ciclo de alta de juros.

Dito isso, ressalta-se que os CRA são investimentos de longo prazo e papéis que não permitem resgate antecipado, tendo liquidez apenas no vencimento.

Por isso, caso o investidor precise reaver seus recursos antes do vencimento, deverá vender o papel a outro investidor interessado. Nesse contexto, portanto, não há qualquer garantia de receber a rentabilidade acordada de início, sendo válida apenas para quem só resgata no prazo certo.

Principais tipos de CRA

Existem tipos de estruturas de CRA, conforme exposto a seguir.

O CRA pulverizado tem seu risco ligado a uma carteira de crédito de diversos devedores como, por exemplo, agricultores.

Já o CRA corporativo tem o risco atrelado a uma empresa que é a devedora na estrutura da operação. No geral, ela usa a emissão para financiar sua produção, operação comercial ou mesmo para a compra ou manutenção de maquinários.

Custos e tributação do CRA

Muitos títulos de renda fixa, como CDBs e títulos públicos, cobram Imposto de Renda que seguem uma tabela regressiva.

No entanto, um dos diferenciais do CRA, assim como o CRI, é a isenção de Imposto de Renda e de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para pessoas físicas.

Dessa forma, não é preciso descontar mais nada da rentabilidade, pois ela já vem líquida. No entanto, para pessoas jurídicas, a cobrança também acontece da mesma forma que os outros títulos de renda fixa:

  • 22,5% até 180 dias corridos;
  • 20,0% entre 181 e 360 dias corridos;
  • 17,5% entre 361 e 720 dias corridos;
  • 15,0% após 720 dias corridos.

Além disso, no geral, não há cobrança de taxa de administração, assim como não costumam cobrar taxa de corretagem ou de custódia cobradas pela corretora.

Vantagens do CRA

Da mesma forma que o CRI, o CRA tem duas vantagens bastante atrativas: alta rentabilidade e isenção de impostos.
Sendo assim, eles possuem, ao mesmo tempo, papéis com retorno muito maior do que as alternativas de renda fixa mais tradicionais e uma remuneração líquida igual a bruta, fato de bastante atratividade para os investidores.

Além disso, é possível escolher se o resgate do dinheiro será na data de vencimento da aplicação ou periodicamente.

Desvantagens do CRA

Já como desvantagens do CRA – também semelhantes às do CRI – podemos citar a falta de liquidez – sendo investimentos de longo prazo – e a ausência da cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Crédito).

Como investir em CRA?

Assim como funciona no CRI, também no CRA é preciso que o investidor avalie se esse tipo de aplicação corresponde ao o seu perfil. Feito isso, ele pode seguir os passos para investir no CRI:

  • abrir uma conta na corretora;
  • verificar o prospecto;
  • solicitar uma reserva;
  • analisar valor mínimo e risco;
  • transferir valor do investimento.

Abra a sua conta em uma corretora

É preciso avaliar diversos aspectos para escolher uma corretora. São eles:

  • custos de operação;
  • variedade de opções;
  • qualidade da plataforma;
  • suporte.

Verifique o prospecto

Outro fator muito importante é verificar o prospecto, um documento que apresenta todas as informações importantes sobre a oferta. Esse material informa os detalhes dos recebíveis incluídos em cada certificado, a remuneração prometida aos investidores, os prazos e as condições da distribuição.

Solicite uma reserva

Durante o “período de reserva”, é preciso, ainda, solicitar uma reserva, informando à corretora quantos papéis pretende comprar.

Com o fim deste prazo de reserva, as instituições divulgam o preço final dos certificados e quantos deles cada investidor conseguiu adquirir.

Analise o valor mínimo e o risco

De acordo com cada tipo de papel, pode haver um valor mínimo de investimento. Existem aplicações iniciais a partir de R$ 300 mil, no entanto, também é possível comprar CRAs com valores abaixo de R$10 mil.

É fundamental, ainda, analisar o risco da escolha. Uma forma de fazer isso é observar o rating do CRA, que é um bom balizador na hora de escolher, pois é uma nota que indica se o produto envolve um risco de calote e qual o seu nível.

Transfira o valor e comece a investir

Por fim, é preciso transferir o valor desejado para a corretora de valores, através de um TED, DOC ou PIX, para que seja efetuada a aplicação. Feito isso, basta acompanhar o investimento.

Vale a pena investir em CRA?

Apesar de ser um produto de renda fixa, o CRA não conta com a cobertura do FGC. Isso é um ponto importante para se levar em consideração.

No entanto, mais do que isso, para investir em CRA é preciso conhecer bem seu perfil de investidor, a quantia disponível para o investimento e, ainda, quais são suas metas financeiras. Por isso, valer a pena ou não vai depender de cada realidade.

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