O que é rating?
No mercado financeiro, a palavra rating se refere a uma classificação de risco de crédito. Ela é fornecida por uma agência especializada a uma empresa, instituição financeira ou país.
Também conhecida como nota de crédito, o rating indica a situação e a solidez financeira do agente econômico. Ou seja, denuncia se há a capacidade de honrar os compromissos assumidos.
Apesar de importância do rating, a nota pode mudar ao longo do tempo. Isso porque as condições financeiras podem gerar modificações no risco do agente. Portanto, é importante haver a revisão frequente.
Quais são as principais agências de classificação de crédito?
Existem três principais empresas que concedem a nota de crédito. Elas são chamadas de big three. Ainda há outras agências de rating. No entanto, essas são as principais, porque concentram mais de 90% do mercado. Veja quais são elas.
Standard & Poor’s (S&P)
Surgiu em 1860, nos Estados Unidos. Começou a fazer a avaliação de risco na década de 1940. As notas fornecidas variam de acordo com os seguintes níveis:
- AAA (triple A): alta qualidade;
- AA: qualidade muito alta;
- A: qualidade alta;
- BBB: boa qualidade;
- BB: especulativo;
- B: altamente especulativo;
- CCC: risco substancial;
- CC: risco muito alto;
- C: risco excepcionalmente alto;
- D: inadimplente.
Fitch Ratings
É a menor do big three. Isso porque tem uma participação de mercado mais baixa. Ainda assim, é bastante relevante. Foi fundada em 1914 e tem sede em Nova York e Londres. Suas notas de rating são:
- AAA: mais alta qualidade;
- AA: qualidade muito alta;
- A: qualidade alta;
- BBB: boa qualidade;
- BB: especulativo;
- B: altamente especulativo;
- CCC: risco substancial;
- CC: risco muito alto;
- C: risco excepcionalmente alto.
Moody’s
Foi criada em 1909. Tem suas ações listadas na bolsa de Nova York (NYSE). As notas oferecidas pela Moody’s são:
- Aaa: mais alta qualidade;
- Aa1, Aa2 e Aa3: qualidade muito alta;
- A1, A2 e A3: qualidade alta;
- Baa1, Baa2 e Baa3: boa qualidade;
- Ba1 e Ba2: especulativo;
- B1, B2 e B3: altamente especulativo;
- Caa1, Caa2 e Caa3: risco substancial;
- Ca: risco muito alto;
- C: risco excepcionalmente alto.
Como é feita a classificação de risco?
O cálculo do rating considera variáveis quantitativas e qualitativas. Na primeira categoria, são analisados alguns aspectos. Por exemplo:
- análise do balanço patrimonial;
- quantidade de ativos;
- quantidade de passivos;
- fluxo de caixa;
- projeções estatísticas.
Por sua vez, os aspectos qualitativos abrangem outros fatores. Os principais são:
- ambiente externo;
- setor de atuação da empresa;
- legislação vigente;
- questões jurídicas;
- percepções sobre o emissor e seus processos.
Toda avaliação é feita a pedido do agente econômico avaliado. Ou seja, ele contrata a empresa de rating e recebe a sua nota.
A análise dos fatores é feita por um profissional da agência. Ele consulta os membros da administração fiscal e estuda a realidade econômica. No entanto, suas anotações passam por um comitê de pontuação.
Assim, a classificação de crédito confere vários aspectos. Caso haja um rebaixamento da nota, significa que há problemas. Por exemplo, ineficácia do plano de austeridade ou perspectivas de crescimento insatisfatórias.
Quais são os tipos de rating?
Além de entender o que é rating, é preciso saber que existe mais de um tipo de classificação de crédito. Cada um deles tem suas características. Entenda.
Rating por grau
É uma escala de notas que mostra a posição de um ativo em comparação com o risco de crédito. Dessa forma, o investidor analisa a relação risco e retorno para saber se vale a pena investir.
O rating por grau ainda é dividido em duas classificações. Elas são:
- grau especulativo: apresentam mais risco de inadimplência. Por isso, o ativo tende a oferecer uma rentabilidade mais alta. Os países com instabilidade política e financeira, e empresas muito endividadas ou com balanço financeiro complicado se enquadram nessa classificação;
- grau de investimento: apresenta os títulos com menor chance de inadimplência. Porém, também oferecem menos rentabilidade. Esse é o caso de países desenvolvidos e das empresas sólidas e pouco alavancadas.
Rating por nota
Sinalizam a posição dos ativos dentro dos graus especulativo e de investimento. Assim, fica mais fácil analisar a relação entre risco e retorno de forma detalhada.
Dessa forma, as notas do grau de investimento variam de acordo com a agência de classificação de risco. Confira o que vale para cada uma delas:
- Moody’s: Aaa a Baa3;
- Fitch:AAA a BBB-;
- S&P: AAA a BBB-.
Já aquelas que valem para o grau especulativo são:
- Moody’s: Ba1 a C;
- Fitch: BB+ a DDD;
- S&P: BB+ a D.
Por que o rating é importante?
A classificação de rating impacta boa parte dos investimentos disponíveis no mercado. Por isso, é válida para governos, empresas e investidores. De um lado, o recebimento da avaliação de risco leva ao ajuste das dívidas e do prêmio de risco.
Em outras palavras, as empresas e os países com uma classificação melhor conseguem pagar menos juros em empréstimos solicitados ao mercado. Por sua vez, aquelas com maior risco de crédito têm mais chance de inadimplência.
Assim, vale a pena manter um bom resultado. Isso porque se recebe o rating positivo. Como consequência, há chance de receber mais investimentos e emitir dívidas mais baratas. Ou seja, mais lucro.
Para investidores, é a oportunidade de consultar a pontuação de títulos públicos e privados. Com isso, é possível saber se vale a pena fazer determinado investimento.
Esse processo também é verificado por investidores institucionais e fundos de investimentos. Afinal, eles são rígidos e só investem nos ativos que realmente valem a pena.
Portanto, o rating impacta várias questões de forma indireta. Inclusive, os juros e a rentabilidade dos ativos de empresas de títulos públicos. Afinal, o retorno será menor se o fluxo de investimentos for reduzido.