O que é crash?
A palavra crash remete à quebra, ruptura de algo. No mercado financeiro, refere-se a uma situação de queda generalizada dos preços dos ativos. Isso traz impactos significativos para os investidores e toda a economia de um país.
Qualquer crash da bolsa de valores leva a um pânico generalizado. Suas consequências podem durar anos, já que a queda precisa ser forte e grande, necessariamente.
O que geram os crashes?
Vários motivos podem levar ao crash. O mais comum é a ocorrência de uma situação específica, ou seja, um gatilho. Isso leva a uma crise econômica que continua se aprofundando ao longo dos dias.
Na prática, uma crise econômica é causada pelo desequilíbrio entre produção e consumo. Primeiro, ela está situada em um único setor da economia. Normalmente, o de bens de capital.
Em seguida, afeta os bens de consumo. Aos poucos, isso gera uma queda produtiva. Portanto, o desemprego aumenta e as empresas começam a falir.
Assim, o cenário é de incerteza e os investidores ficam desconfiados. Desse modo, muitos optam por sair de suas posições. Ou seja, vendem seus ativos. Com isso, a oferta é muito maior do que a demanda.
A consequência direta é a redução dos preços dos ativos. Como isso acontece de forma significativa e atinge vários setores do mercado de ações, o crash da bolsa de valores acontece.
Veja quais são os principais crashes do mercado financeiro
A queda mais conhecida é o crash de 1929. Também chamado de Quinta-feira Negra, esse evento é estudado até hoje por suas consequências. Afinal, elas foram muito além da bolsa de valores de Nova York.
Essa foi uma das maiores crises econômicas do mundo. Isso porque gerou a Grande Depressão, que se alastrou pelos anos 1930. Seus impactos foram verificados nos Estados Unidos e também em países da África, da Ásia, da Europa e da América Latina.
O que gerou a quebra da bolsa de Nova York? Basicamente, houve uma redução no preço dos títulos ao ponto de levar o índice Dow Jones para baixo. Assim, a incerteza dos investidores aumentou e o volume de negócios diminuiu de forma significativa.
Movimentos similares foram registrados em outros momentos da história e geraram outros crashes. Os principais são:
Crise do subprime
Em 2008, títulos imobiliários sem valor foram negociados no mercado. Isso gerou uma grande dificuldade econômica para os Estados Unidos e o mundo.
A principal data desse evento é 15 de setembro de 2008. Esse dia é conhecido como Segunda-feira Negra, porque foi quando o Banco Lehman Brothers faliu.
Crise do coronavírus
O evento sanitário trouxe impactos grandes para a bolsa de valores. Os primeiros casos de coronavírus foram registrados em 2019. Porém, a crise econômica aconteceu em 2020.
Em março desse ano, o mundo já sofria os efeitos. No Brasil, ocorreram seis circuit breakers na bolsa de valores, a B3. Assim, interromperam-se as operações para acalmar os ânimos dos investidores e impedir quedas ainda maiores.
No entanto, essa situação também causou queda no pagamento de dividendos aos investidores e prejudicou o fluxo de caixa das empresas. Por isso, as perspectivas de longo prazo foram afetadas.
Quanto tempo dura um crash?
A quebra da bolsa de valores é derivada do desequilíbrio entre oferta e demanda. Apesar disso, essa situação é normal no mercado. Isso porque a economia é cíclica e tem seus altos e baixos.
Portanto, as oscilações são alternadas e periódicas. Além disso, sua duração é variável (curta ou longa), assim como sua intensidade (grande ou pequena).
Crash é sinônimo de bolha?
Não. Os dois conceitos são diferentes. O crash da economia sempre ocorre por um desequilíbrio econômico. Portanto, os ativos continuam tendo valor. Apenas estão desvalorizados. Em determinado momento, eles voltarão ao preço normal.
Ou seja, esse termo se refere a uma dificuldade econômica significativa. Ainda assim, empresas sólidas continuam funcionando.
Por sua vez, uma bolha ocorre quando os ativos estão com um preço muito elevado, mas eles não valem o mesmo montante. Por isso, não há recuperação, pelo menos na maior parte das vezes.
Já ocorreram situações como essa. Por exemplo, a chamada bolha das ponto com. No começo dos anos 2000, empresas de tecnologia receberam investimentos elevados. No entanto, não trouxeram lucros.
Como os papéis não valeram o que era esperado, os negócios foram à falência. Assim, os investidores também perderam o capital aplicado.
Dessa forma, a bolha é específica de um segmento e gera prejuízos. Por sua vez, o crash ainda tem oportunidades. Afinal, os papéis se valorizarão em determinado futuro. Isso permite que os investidores comprem na baixa e vendam na alta. É só esperar.