Risco-país

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O que é risco-país?

O risco-país é um indicador que sinaliza se a economia de determinado país é segura ou se há muitas incertezas. Basicamente, ele demonstra a insolvência de determinada economia.

O conceito de risco-país é aplicado desde 1992 e foi criado por J. P. Morgan. O objetivo foi orientar os clientes do banco sobre os melhores investimentos e evitar que os clientes optassem por aqueles de risco mais elevado. Assim, os países com crises financeiras passaram a ser deixados de lado nesse processo de escolha.

Como funciona o risco-país?

O indicador depende dos chamados títulos soberanos. No Brasil, são os global bonds, isto é, papéis emitidos pelo governo federal que têm o objetivo de financiar atividades. Geralmente, eles são elaborados em dólar, mas também podem estar em outras moedas, como euros, reais etc.

Os títulos soberanos têm prazo de vencimento longo. O que o risco-país faz é verificar quanto um desses papéis precisará pagar em relação a um título soberano livre de risco. Nesse caso, a referência são as emissões feitas pelo Tesouro dos Estados Unidos.

Na prática, o que acontece é o seguinte: se o investidor perceber que o título tem risco muito elevado, ele deverá pagar uma remuneração maior para compensar a aquisição do papel.

Para chegar a essa conclusão, são utilizadas algumas formas de medir o risco-país:

EMBI+

É o Emerging Market Blond Index Plus. Foi o primeiro indicador, criado pela J. P. Morgan. Esse é o índice de títulos de países emergentes. Seu resultado indica o spread pago por esses papéis.

No cálculo, estão incluídas 19 economias emergentes, inclusive o Brasil. Depois da reunião dos papéis dessas nações, o spread é medido e comparado aos títulos livres de risco.

Assim, quando se diz que o EMBI+ fechou em 1.000 pontos, indica que os títulos pagam 10% a mais do que o Tesouro dos Estados Unidos.

CDS

É o Credit Default Swap, que consiste em um seguro pago pelo investidor para proteger contra possíveis golpes. O valor do prêmio é diretamente proporcional ao spread dos ativos garantidos. Portanto, o CDS será mais elevado quando o risco é maior. Esse índice costuma ser utilizado por fundos de investimento, seguradoras e bancos.

Rating soberano

É adotado por agências de classificação de risco para definir se o país é arriscado para os investimentos. Para isso, é considerada a capacidade de pagamento das dívidas contraídas pela nação. Os fatores de análise dependem da instituição financeira, mas os principais são, entre outros:

  • estabilidade política e econômica;
  • liberdade de imprensa;
  • distribuição de renda.

Apesar de ser considerado um indicador, o rating soberano é um complemento ao risco-país. Por isso, o melhor é avaliar o EMBI+ e o CDS.

Qual é o efeito do risco-país?

Na prática, quando o indicador é elevado, as taxas de juros pagas aos investidores devem ser maiores. Caso contrário, será mais difícil atrair capital. Esse cenário também implica aumento do custo da dívida.

Nesse caso, o país precisa de recursos financeiros externos para o financiamento de suas atividades e da economia.

Desse modo, a análise desse indicador é válida para equacionar a dívida pública federal e adotar estratégias macroeconômicas que vão encontro das projeções traçadas. Para os investidores, o risco-país representa a possibilidade de evitar riscos desnecessários ao fazer as aplicações financeiras.

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