Fundos de Investimento

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O que são Fundos de Investimento?

Para entender o que são fundos de investimento, é válido dizer que eles funcionam como uma espécie de “condomínio” de investidores. Por essa razão, eles juntam os recursos de diversas pessoas para que sejam aplicados no mercado financeiro.

Em linhas gerais, é possível responder a pergunta o que são fundos de investimento com a seguinte declaração: é uma oferta de capital pertencente a vários investidores, usada para adquirir títulos de forma coletiva, enquanto cada investidor mantém a propriedade e o controle de suas ações.

Dessa forma, os ganhos obtidos com as aplicações são divididos entre os participantes, na proporção do valor depositado por cada um.

O patrimônio de um fundo de investimento é, portanto, a soma do dinheiro dos investidores. Este é aplicado por uma instituição ou profissional, conhecido como gestor de fundo, que deve tomar decisões sobre o que fazer com os recursos de acordo com os objetivos e políticas estabelecidas.

Como funciona um Fundo de Investimento?

Os fundos de investimento podem investir em ativos de muitos tipos e, entre os principais e mais frequentes, podemos citar:

  • ações;
  • CDB;
  • debêntures;
  • moedas;
  • derivativos;
  • investimentos estrangeiros.

No entanto, existem algumas regras gerais sobre a concentração de investimentos para que seja possível proteger os investidores.

Limitações do Fundo de Investimento

Uma das regras é o limite de aplicação por emissor dos papéis. Sendo assim, os fundos de investimento podem investir um máximo de 20% do patrimônio em ativos emitidos por uma mesma instituição financeira.

No caso de empresas de capital aberto e outros fundos, o limite é de até 10% do patrimônio, e de 5% para os demais emissores. Já para títulos públicos federais, não há limite.

Também há uma série de limites relacionados ao tipo de ativo incluído na carteira e aos investimentos realizados no exterior. Estes são discriminados na regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Cotas dos Fundos de Investimento

O patrimônio dos fundos é dividido em cotas. Quando se aplica em um fundo, um investidor adquire uma cota para si.

Portanto, se você quer investir R$ 20 mil em uma carteira que tem cotas valendo R$ 20 cada, por exemplo, conseguirá adquirir um total de mil cotas.

A rentabilidade obtida pelo investidor é calculada a partir do valor das suas cotas. Da mesma forma, utilizando o exemplo anterior, se as cotas de R$ 20 estiverem valendo R$ 30 depois de um ano, significa dizer que o retorno no período foi de 50%.

Custos e tributação dos Fundos de Investimento

Existem taxas que são cobradas dos investidores para pagar as instituições responsáveis pela gestão do fundo. Por essa razão, ao escolher uma carteira, é importante levar em consideração o impacto desse custo.

A taxa de administração é comum em qualquer fundo. Ela é responsável por remunerar os serviços de administração e gestão. Assim, ela incide sobre o patrimônio mantido pelo investidor.

Essa taxa é divulgada como um percentual anual. No entanto, a cobrança é feita de forma gradual e proporcional.

Por outro lado, a taxa de performance é uma remuneração baseada no resultado. Ela equivale a um bônus cobrado pelo administrador por ter conseguido entregar ao investidor uma rentabilidade superior à de um referencial previamente combinado.

Além das taxas, existem as tributações. Os dois principais tributos que incidem nas carteiras são: Imposto de Renda e IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

O Imposto de Renda incide na rentabilidade dos fundos. Para fins de tributação, os fundos são divididos em três tipos.

  • Fundos de longo prazo: papéis com média de vencimento em mais de 365 dias;
  • Fundos curto prazo: papéis com média de vencimento em menos de 365 dias;
  • Fundos de ações.

A tributação dos fundos de curto e de longo prazo segue uma tabela regressiva, segundo a permanência do investidor na aplicação. Nesse caso, o IR é cobrado na fonte e recolhido pelo administrador.

Nos fundos de ações, o esquema é mais simples. Ele incide uma alíquota única de 15% sobre o rendimento.

Já o segundo imposto, o IOF, incide sobre o rendimento apenas nos resgates feitos em um período inferior a 30 dias a partir da aplicação. De acordo com o prazo, a alíquota pode variar de 96% a 0%.

Tipos de Fundos de Investimento

Os Fundos de Investimento são classificados em alguns tipos diferente, de acordo com as aplicações que predominam na carteira e das estratégias adotadas. São eles:

  1. fundo cambial;
  2. fundo de ações;
  3. fundo multimercado;
  4. fundo de renda fixa;
  5. fundo de previdência;
  6. fundo imobiliário.

Fundo Cambial e de ouro

Os fundos cambiais investem acima de 80% do patrimônio em ativos que sejam relacionados a outras moedas. Os mais conhecidos são os fundos cambiais de dólar, que procuram acompanhar a cotação da moeda americana.

Fundo de Ações

Os fundos de ações devem investir no mínimo 67% do patrimônio em ações negociadas em mercado de Bolsa de Valores ou balcão organizado. O restante pode ser distribuído entre outros tipos de ativos.

Os fundos de ações costumam ser recomendados para quem tem objetivos de longo prazo, já que estão expostos a riscos.

Fundo Multimercado

Nos fundos multimercado a política de investimento pode envolver vários fatores de risco, sem o compromisso de concentrar em algo específico. Por isso, nessa carteira, existem aplicações de renda fixa, câmbio, ações e derivativos.

Fundo de Renda Fixa

Os fundos de renda fixa devem aplicar pelo menos 80% dos recursos em ativos de renda fixa. Os fundos DI são os mais populares, por exemplo. Eles fazem aplicações de modo a perseguir a rentabilidade da taxa do CDI.

Também existem fundos de renda fixa de crédito privado. Nele, o volume mais significativo das aplicações é destinado a papéis privados.

Fundo de Previdência

Nos fundos de previdência são aplicados os recursos dos investidores que possuem planos de previdência. Eles envolvem alguns benefícios tributários para estimular as pessoas a economizarem dinheiro no longo prazo, sobretudo, para aposentadoria.

Fundo Imobiliário

Os fundos de investimentos imobiliários (FIIs) reúnem investidores interessados em aplicar em empreendimentos imobiliários.

Como são fechados, o resgate de cotas não é permitido neste fundo. Muitos deles, porém, são listados na bolsa de valores e negociados como ações.

Estrutura de um Fundo de Investimento

No geral, todo fundo de investimento possui alguns participantes. Entenda o papel de cada um deles a seguir.

  • Gestor do fundo
    É aquele que toma as decisões de investimento do fundo, ou seja, é ele quem decide onde os recursos dos cotistas serão aplicados;
  • Administrador do fundo
    É responsável pelo bom funcionamento de um fundo, e o seu objetivo é o de defender os interesses dos cotistas;
  • Custodiante do fundo
    É a instituição financeira responsável pela custódia dos ativos que compõem um fundo;
  • Auditor do fundo
    É a empresa responsável por fiscalizar se o fundo de investimento está de acordo com as normas legais de operação no mercado financeiro;
  • Distribuidor do fundo
    É a empresa que vende as cotas dos fundos ao investidor. Portanto, é ela que conecta o investidor interessado em aplicar ao mercado por meio desta modalidade ao fundo.

Vantagens dos Fundos de Investimento

Uma das principais vantagens dos fundos de investimento está em ter um gestor do fundo especializado. Dessa forma, ele pode fazer escolhas de investimentos de acordo com critérios e análises estabelecidas.

Investir nessa categoria também permite realizar uma diversificação sem ter muito dinheiro para investir. O motivo disso é que a carteira dos fundos de investimento costuma estar alocada em vários ativos, em vez de estar concentrada.

Além disso, algumas categorias de fundos como os de previdência, por exemplo, permitem a portabilidade. Isso significa que, se você estiver insatisfeito com a instituição em que fez o investimento, pode solicitar a migração dos recursos para outra.

Por último, os fundos podem dar acesso a uma série de investimentos que não estariam disponíveis às pessoas de outra forma.

Desvantagens dos Fundos de Investimento

Por outro lado, também existem desvantagens dos fundos de investimento. A primeira – que também pode ser vista como uma vantagem – é o fato de que todas as decisões ficam a cargo do gestor.

Isso significa que o investidor não pode interferir ou escolher ativos que serão comprados ou vendidos.

Como segundo ponto negativo, têm-se os custos. A estrutura a ser mantida para que um Fundo de Investimento possa funcionar reflete em uma série de gastos, os quais são repassados para os investidores.

Além disso, no geral, esse tipo de investimento também possui um valor mínimo de aplicação inicial e para aplicações posteriores.

Diferença entre Fundos de Investimento e ETFs

Primeiramente, é importante entender o que são os ETFs. Os Exchange Trade Funds surgiram como uma alternativa aos fundos mútuos para os comerciantes que queriam mais flexibilidade com seus fundos de investimento.

Portanto, os ETFs são negociados em Bolsas de Valores. Esse é um produto, ainda, que tem o objetivo de seguir o mais próximo possível do desempenho de um índice de referência.

Uma das diferenças entre ele e os fundos de investimento é a forma como eles são transacionados. Os fundos de investimento são comprados e vendidos diretamente pela sociedade ao preço de fechamento do dia, isto é, o VAL (Valor do Ativo Líquido) calculado para o fundo no final do dia.

Já os ETFs são transacionados ao longo do dia, como uma ação, e podem custar mais ou menos do que o VAL.

Outra diferença fundamental entre eles é que os investidores compram e vendem ações ETFs com outros investidores na bolsa.

Deste modo, o gestor de um ETF não tem que vender participações para satisfazer os resgates dos investidores. Já o gestor do fundo tem de vender títulos do fundo para honrar os resgates.

Por último, o acesso às informações entre eles também ocorre de forma diferente. Enquanto os ETFs geralmente divulgam as participações diariamente, os Fundos de Investimento, no geral, divulgam as participações trimestralmente.

Como escolher um fundo de investimento?

Em primeiro lugar, para escolher um fundo, é válido ler a lâmina de informações essenciais das carteiras do seu interesse.

Em seguida, você deve verificar se o perfil dos fundos que você está avaliando combina com seu próprio perfil de investidor.

Outro aspecto importante a avaliar é o benchmark. Ele significa um parâmetro usado como referência para a performance de uma carteira. Fundos de ações, por exemplo, podem ter o índice Ibovespa como benchmark.

Além disso, entre os aspectos que devem ser considerados na escolha de um fundo está o seu prazo de resgate das cotas.

Os tamanhos das taxas também são importantes medidores, porque elas têm impacto direto na rentabilidade líquida do investidor.

O histórico de desempenho costuma ser, também, uma informação relevante para os investidores que estão avaliando em que fundo aplicar.

Por último, você ainda pode procurar avaliações externas, como as de casas de análise ou até especialistas, que têm experiência vasta para entender o que são fundos de investimento e os que podem ser mais indicados para você.

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