Hedge

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O que é Hedge?

O hedge é conhecido como uma estratégia de proteção para os riscos de um investimento. Com ele, basicamente se neutraliza uma posição de investimento, evitando variações de preço e minimizando a voliatilidade do mercado.

Dessa forma, pode-se dizer que o hedge é usado para fixar valores pré-definidos, considerados aceitáveis, para estabelecer limites para as operações.

Assim, fazer uma operação de hedging significa eliminar a possibilidade de perdas futuras. Normalmente, uma cobertura de hedge consiste em assumir uma posição de compensação em um título relacionado.

Por isso, hedger é o nome dado para o investidor que realiza um contrato de proteção para seus investimentos.

Histórico do Hedge

A operação de hedge não é novidade no mercado financeiro, as primeiras operações desse tipo aconteceram no século XIX, em Chicago, nos Estados Unidos.

Na ocasião, os agricultores tinham medo de uma possível queda no preço futuro das commodities que eles produziam. Por isso, eles realizavam um contrato futuro, fixando o preço para venda das sacas desses produtos.

Esse fato histórico é um dos motivos para a Bolsa de futuros e opções de Chicago ser uma das mais importantes do mundo.

No Brasil, essa prática é realizada pela BM&Bovespa, e regulamentada pelo Conselho Monetário Nacional; que permite tais ações para a proteção dos negócios, mas impede que isso seja feito apenas por razões especulativas ou para ganho de capital.

Fundos de Hedge

Os hedge funds, ou fundos de cobertura, funcionam como uma espécie de associação. Neles, se encontram investidores que oferecem capital para o fundo. Além disso, participam também outros investidores que procuram por estes fundos para realizarem o hedge.

Estes fundos se formam de maneira privada, a partir de um mercado de derivativos para investidores selecionados.

Como funciona o Hedge?

No contrato de hedge é fixado o valor da mercadoria, ação, título ou taxa cambial negociados. Esse valor deverá ser cumprido no momento da entrega ou efetivação da venda.

Dessa forma, mesmo que haja desvalorização na Bolsa, o valor de referência para o negócio já foi pré-definido pela operação de cobertura e, por isso, deverá ser cumprido.

Uma operação de hedge pode ser feita a partir de diversos instrumentos, como contratos futuros, opções e swaps. Conheça, a seguir, o funcionamento destas ferramentas financeiras:

  • contratos futuros

Os contratos futuros, ou contratos de hedge, possuem um conceito simples. Em linhas gerais, é possível fixar um preço de compra e venda para uma data futura pré-determinada.

Neste contrato, a parte compradora se compromete a comprar o ativo pelo preço e na data pré-determinados. Da mesma forma, a parte vendedora é obrigada a vender esse ativo nos moldes do contrato.

  • mercado de opções

O mercado de opções permite adquirir o direito de venda ou compra de uma determinada ação por um preço pré-fixado até uma data limite. Dessa forma, as ações ficam protegida de grandes variações nos seus preços.

  • swaps

Os swaps são um tipo de contrato no qual é possível fazer a troca de posições, tanto em relação ao risco como em relação à rentabilidade. Por exemplo, é possível fazer a troca de um indexador pela variação do câmbio. O swap mais comum no mercado é o swap cambial, utilizado com frequência também pelo Banco Central.

Tipos de Hedge

A estratégia de hedge pode ser aplicada em diferentes tipos de ativos, sendo eles:

  • hedge em commodities
  • hedge cambial
  • hedge em ações

Conheça cada um deles de maneira mais detalhada a seguir.

Hedge em commodities

A estratégia de hedge em commodities tem como objetivo evitar o efeito da imprevisibilidade do movimento de oferta e demanda.

Produtores de commodities – como milho e o café, por exemplo – realizam a venda da produção por meio de contratos futuros. Isto é, os preços são fixados no momento do contrato, mas o dinheiro ou o produto só é repassado no futuro.

Hedge cambial

O hedge cambial tem o objetivo de reduzir o máximo possível o prejuízo causado pela variação das moedas no mercado financeiro.

Além de proteger os investimentos em moedas, essa estratégia é muito utilizada por empresas que importam ou exportam produtos cotados em moedas estrangeiras.

Essas organizações utilizam o hedge cambial para estimar o valor de negociações em determinada moeda e realizar planejamentos, por exemplo.

Para os investidores, o hedge cambial pode ser realizado de algumas formas:

  • hedge cambial com moeda em espécie
    o investidor compra moedas quando o preço no mercado está em queda e vende quando os preços estão valorizados;
  • hedge cambial feito com contratos de mercado futuro
    opera com condições definidas para transações sobre a variação na cotação da moeda estrangeira que está sendo negociada;
  • opções de compra de moeda
    o investidor assume o direito de comprar moedas no futuro, porém, com os valores definidos no momento da contratação do hedge.

Hedge em ações

O hedge de ações é uma forma de evitar que a volatilidade dos papéis na Bolsa de Valores tenha um impacto negativo nos seus investimentos.

Assim, é possível realizar essa estratégia ao comprar opções de ações ou investir em índices que são beneficiados com a movimentação do mercado.

Para o investimento em ações, a estratégia de hedge é a forma de proteger seu dinheiro e evitar que um possível movimento negativo do mercado afete demais os seus rendimentos.

Por que utilizar hedge?

O hedge é uma ótima ferramenta para suavizar riscos e ajudar a controlar os efeitos da volatilidade do mercado sobre seus investimentos.

Portanto, um dos principais motivos para utilizar o hedge é porque, mesmo em momentos de queda do mercado, ele permite reduzir os prejuízos e, ao mesmo tempo, não afeta tão profundamente o planejamento financeiro do investidor.

Alem disso, o hedge pode ser considerado como uma “cobertura perfeita” quando a estratégia oferece ganhos no mesmo valor das perdas que o hedger tinha intenção de proteger.

Como um dos focos do hedge é reduzir os riscos no mercado, vale saber quais riscos financeiros podem receber a proteção dessa estratégia. São eles:

  • risco de commodities;
  • risco de créditos;
  • risco de câmbio;
  • risco de taxa de juros;
  • risco patrimonial;
  • risco de volatilidade;
  • risco de volume.

Como as empresas utilizam hedge?

Tendo uma estrutura bem organizada de hedge, gestores financeiros dentro de uma companhia podem estar mais preparados para programar suas atividades e manter uma projeção de fluxo de caixa organizada.

Dessa forma, a empresa pode conseguir minimizar ou até mesmo zerar a exposição às oscilações do mercado e a fatores que possam impactar nos preços de seus produtos e suas dívidas.

Caso a empresa tenha interesse em adquirir recursos do exterior ou tenha em seu planejamento estratégico a venda para outros países, ela pode fazer uso de operações de hedge cambial, por exemplo.

Isto é, empresas que vendem ou exportam produtos cotados em moedas estrangeiras podem se beneficiar dessa estratégia.

Vale a pena fazer hedge?

Investidores costumam adotar uma estratégia de hedge quando estão preocupados em mitigar os riscos de suas aplicações financeiras. Sendo assim, a principal vantagem de fazer hedge é sua significativa redução do risco de um investimento.

No entanto, este tipo de cobertura contra os riscos da variação no valor do investimento também acaba impedindo potenciais lucros vindos de variações positivas.

Assim, embora traga segurança, o hedge tem a desvantagem de uma realidade: toda vez que um risco é reduzido, também há a redução de uma potencial recompensa para o investidor.

Além disso, uma operação de hedge também custa dinheiro. Portanto, é importante analisar cada situação, bem como estar ciente do seu próprio perfil de investidor para decidir se vale a pena ou não optar por esta alternativa.

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