Os economistas do Boletim Focus ajustaram suas previsões e agora projetam uma taxa Selic acima de 12% para 2025, com a taxa elevando-se a 12,63%. A expectativa para a inflação também subiu, passando de 4,63% para 4,71% para 2024, enquanto para 2025 a taxa prevista é de 4,40%, um aumento comparado à previsão anterior de 4,34%.
O cenário econômico aponta para um PIB crescendo 3,22% em 2024, com projeções mais modestas para os anos subsequentes, mantendo-se em torno de 1,95% para 2025. Além disso, o dólar deve ficar em R$ 5,55, refletindo a pressão inflacionária crescente.
Essas revisões nas projeções são um sinal claro das incertezas que cercam a recuperação econômica brasileira e a capacidade do governo de controlar a inflação, que já ameaça superar a meta de 3% estipulada pelo Conselho Monetário Nacional.
A combinação de juros altos e inflação elevando-se pode trazer desafios significativos para consumidores e investidores nos próximos anos.
Especialistas acreditam que o anúncio do pacote fiscal do governo é o “culpado” pela expectativa deteriorada da economia, com Selic acima de 12%
A elevação das projeções de inflação para 2024, agora em 4,71%, e o ajuste das estimativas para 2025 e 2026 mostram que o mercado continua apreensivo com a capacidade do governo em controlar os preços, mesmo após o anúncio do pacote fiscal, afirma Carlos Monteiro Braga, CEO do Grupo Studio.
Na visão de João Kepler, CEO da Equity Fund Group, o mercado esperava um plano mais detalhado e cortes mais robustos no curto prazo. O plano apresentado pelo governo foi considerado insuficiente para enfrentar os desafios imediatos de equilíbrio fiscal e recuperação da confiança.
A consequência disso é o mercado com uma expectativa mais deteriorada da economia, com inflação elevada e com os juros também mais altos, justamente para conter a alta dos preços.
Neste caso, Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, comenta que o mercado já precifica um ciclo prolongado de juros altos, o que limitará a recuperação econômica e pressionará setores sensíveis ao crédito. “No front fiscal, as recentes sinalizações de ajustes no orçamento ainda são insuficientes para convencer o mercado de um compromisso robusto com a sustentabilidade”, destaca.