Após atingir seu pico em janeiro, as ações da Nvidia (NVDA) já caíram 23% até o dia 19 de março, refletindo uma combinação de fatores como a desaceleração do crescimento da receita, dúvidas sobre a demanda de longo prazo por inteligência artificial e o enfraquecimento do sentimento entre consumidores e empresas. Mesmo assim, a empresa segue sendo um dos maiores nomes da nova era da IA — e muitos investidores se perguntam o que vem pela frente.
A empresa não desacelera
Na mais recente edição da conferência GTC, totalmente dedicada à inteligência artificial, a Nvidia deixou claro que não pretende perder o ritmo. Durante o evento, o CEO Jensen Huang apresentou a estratégia da companhia para os próximos anos, incluindo as plataformas de chips Rubin e Feynman, além de projeções ousadas, como o investimento de US$ 1 trilhão em data centers até 2028.
A Nvidia também anunciou parcerias estratégicas — entre elas, com a General Motors para o desenvolvimento de veículos autônomos — e revelou planos para a construção de um centro de pesquisa em computação quântica acelerada. Essa movimentação mostra o interesse da companhia em se posicionar também em outras frentes tecnológicas promissoras.
Além disso, a empresa reforçou seus laços com grandes clientes da nuvem, como Oracle, Microsoft e Alphabet, garantindo a continuidade da demanda por seus chips.
Huang também revelou que o chip Rubin, previsto para o fim de 2026, será o motor de um novo supercomputador 14 vezes mais potente que o atual — e ainda mais eficiente em consumo de energia.
O cenário macroeconômico pesa
Apesar do desempenho robusto, a Nvidia enfrenta riscos relacionados tanto ao setor quanto à conjuntura global. Como a indústria de semicondutores é cíclica, variações macroeconômicas podem impactar a empresa — algo já observado em ciclos anteriores.
As tensões comerciais e restrições de exportação, especialmente com a China, também seguem como desafios. Mesmo assim, a empresa demonstrou resiliência: registrou um crescimento de 78% na receita do quarto trimestre e uma projeção forte para o início de 2025, mostrando que o impacto macroeconômico ainda não comprometeu seus fundamentos.
Ainda que uma eventual recessão possa afetar o crescimento, os principais clientes da Nvidia — as gigantes de tecnologia — continuam capitalizados e propensos a manter os investimentos em IA. Para essas empresas, cortar gastos com inteligência artificial pode ser mais arriscado do que continuar investindo.
O que esperar da Nvidia no restante de 2025
É impossível prever com precisão o desempenho das ações, mas os sinais apontam para um ano ainda promissor para a Nvidia.
A empresa segue expandindo sua atuação com novos produtos, parcerias e investimentos. A demanda pela nova plataforma Blackwell, que entrou em plena produção recentemente, está superando a oferta — um bom indicativo da confiança do mercado.
Ao longo do ano, é esperado que a Nvidia anuncie mais colaborações e inovações tecnológicas. Embora incertezas, como o impacto da startup DeepSeek, ainda estejam no radar, a perspectiva geral continua sólida. Após o recuo recente, as ações passaram a ser negociadas a múltiplos mais atrativos — os mais baixos desde 2019 — o que pode representar uma nova oportunidade de entrada para investidores.
Um caso de sucesso na era da IA
Desde o lançamento do ChatGPT, em 2023, as ações da Nvidia se multiplicaram por mais de 10 vezes, consolidando-se como a maior história de valorização da era da inteligência artificial. Sua capitalização de mercado, hoje em torno de US$ 3 trilhões, chegou a se aproximar de US$ 4 trilhões recentemente — uma criação de riqueza sem precedentes em tão pouco tempo.
Por isso, é natural que a empresa ainda esteja no centro das atenções. Para uns, é a chance de continuar surfando a onda da IA; para outros, a busca por garantias de que os lucros obtidos não desapareçam em meio à volatilidade do mercado. Seja qual for o caso, a Nvidia promete continuar surpreendendo em 2025.
