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Ibovespa avança com apoio de Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) e encerra semana volátil com alta de 0,34%

Ibovespa avança com apoio de Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) e encerra semana volátil com alta de 0,34%

O Ibovespa registrou valorização nesta sexta-feira (11), impulsionado pela recuperação das ações de commodities e pelo desempenho positivo das bolsas em Nova York. O índice subiu 1,05% no dia, encerrando aos 127.682,40 pontos, com volume financeiro de R$ 22,4 bilhões. No acumulado da semana, mesmo com alta volatilidade, o saldo foi positivo: avanço de 0,34%.

O movimento de alta ganhou força no período da tarde, com destaque para Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3), que subiram cerca de 2% e ajudaram a sustentar o índice. Ainda assim, o ambiente de incerteza em relação à guerra comercial entre Estados Unidos e China permanece como pano de fundo para os mercados.

Sinais de trégua amenizam tensões

Henrique Lenzi, operador de renda variável da Manchester Investimentos, destacou que o pregão foi marcado por um “certo arrefecimento” das tensões comerciais, embora ainda seja cedo para afirmar que há um recuo consistente. “Trump não voltou atrás nas tarifas, mas o reforço de que busca um acordo com a China traz alguma tranquilidade, o que refletiu na recuperação do petróleo”, afirmou.

O petróleo WTI para maio subiu 2,38%, fechando a US$ 61,50 o barril, enquanto o Brent para junho avançou 2,26%, a US$ 64,76. O movimento deu força às ações da Petrobras, que subiram 1,99% (PN) e 1,98% (ON).

O minério de ferro também contribuiu: avançou 0,71% em Dalian, na China, encerrando a US$ 96,79. Com isso, a ação ordinária da Vale (VALE3) subiu 1,67%. Grandes bancos também se valorizaram, com Itaú PN (+0,51%) e Bradesco PN (+1,37%) entre os destaques.

Ações de perfil mais cíclico figuraram entre as maiores altas do dia, caso da Vamos (+12,73%), que recebeu recomendação de compra do Morgan Stanley, além de Azzas (+4,00%) e RD Saúde (+3,84%), impulsionadas pela queda na curva de juros.

China eleva tarifas, mas sinaliza fim das retaliações

A China anunciou que, a partir deste sábado, elevará de 84% para 125% a tarifa sobre produtos dos EUA. No entanto, o governo chinês também indicou que não deve reagir a futuras elevações promovidas por Washington, afirmando que as importações americanas “deixaram de ser comercializáveis” nos níveis atuais de taxação.

Essa sinalização contribuiu para reduzir o receio dos investidores, segundo João Paulo Fonseca, head de Renda Variável da HCI Advisors. “Com isso, o Ibovespa acompanhou o movimento de alta da bolsa americana. Além disso, houve nova declaração de Trump reafirmando disposição para um acordo mais amplo com a China”, comentou.

A secretária de Comunicação da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou que as tarifas contra Pequim seguem em 145%. Segundo ela, essas medidas são vistas como forma de ajudar a reduzir a dívida pública dos EUA. Leavitt também reiterou que o presidente Trump segue otimista quanto a um acordo, embora não tenha esclarecido se há diálogo em andamento com o governo chinês.

Bolsas dos EUA sobem com alívio na inflação

Em Nova York, os índices acionários fecharam em alta nesta sexta-feira, recuperando parte das perdas da véspera. O avanço foi impulsionado por resultados positivos do setor bancário e por dados econômicos que surpreenderam positivamente.

O Dow Jones subiu 1,56%, aos 40.212,17 pontos; o S&P 500 avançou 1,81%, aos 5.363,36 pontos; e o Nasdaq ganhou 2,06%, aos 16.724,46 pontos — dados ainda preliminares. Na semana, os ganhos foram expressivos: o Dow avançou quase 5%, o S&P 500 subiu 5,7% e o Nasdaq acumulou alta de 7,3%.

No setor de tecnologia, o segmento de semicondutores foi pressionado pela nova rodada de tarifas da China sobre produtos americanos. A Texas Instruments recuou 5,8% após fracos resultados trimestrais, enquanto a Intel caiu 0,7%. A Qualcomm, por outro lado, subiu 3,6%.

No campo macroeconômico, o índice de preços ao produtor (PPI) nos EUA caiu, contrariando as expectativas de alta, o que trouxe alívio para os mercados. O núcleo do indicador também veio abaixo das projeções. No entanto, o índice de sentimento do consumidor, medido pela Universidade de Michigan, caiu para 50,8 — bem abaixo da expectativa de 55 —, sinalizando fragilidade na confiança dos consumidores.

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