Como investir

Fundos de crédito: entenda o que são e como investir

Fundos de crédito: entenda o que são e como investir
fundos de crédito. Foto: Pixabay

O cenário econômico atual, marcado por uma taxa Selic em patamares elevados, tem chamado a atenção dos investidores para alternativas de investimento que possam oferecer rendimentos atrativos. Nesse contexto, os fundos de crédito privado têm se destacado como uma opção interessante para diversificar a carteira e buscar retornos superiores aos dos títulos públicos.

Com a taxa básica de juros em 13,25% ao ano, e projeções do Boletim Focus indicando que ela pode chegar a 15% até o final de 2025 – o que seria o maior nível desde 2006 – os fundos de crédito privado ganham ainda mais relevância no mercado financeiro brasileiro. Enquanto alguns ativos enfrentam desafios diante dos juros elevados, essa classe de investimento se beneficia desse cenário, oferecendo oportunidades aos investidores mais atentos.

O que são fundos de crédito privado?

Os fundos de crédito privado são veículos de investimento que alocam recursos em títulos de dívida emitidos por instituições financeiras, empresas e securitizadoras. Esses fundos podem incluir em suas carteiras uma variedade de ativos, como Certificados de Depósito Bancário (CDBs), Letras Financeiras, Debêntures, Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e cotas de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs).

A proposta desses fundos é oferecer aos investidores a possibilidade de obter retornos potencialmente maiores do que os títulos públicos, compensando o maior risco através da diversificação e gestão ativa. A rentabilidade provém dos rendimentos auferidos pelos títulos de crédito, que podem incluir juros, amortizações ou ganhos de capital na venda dos papéis.

É importante ressaltar que, embora ofereçam oportunidades atrativas, os fundos de crédito privado também estão sujeitos a riscos. O desempenho pode ser influenciado por condições macroeconômicas ou por problemas na gestão financeira dos emissores dos títulos, o que pode afetar a credibilidade, rentabilidade e liquidez dos papéis.

Tipos de fundos de crédito

O mercado brasileiro oferece diferentes tipos de fundos de crédito privado, cada um com características específicas.

Os Fundos de Debêntures Incentivadas são focados em debêntures de empresas que operam em setores estratégicos, como infraestrutura, e oferecem isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas.

Já o Fi-Infra (Fundo Incentivado de Investimento em Infraestrutura) é similar aos fundos de debêntures incentivadas, mas constituído como condomínio fechado, não permitindo resgates antes do prazo de duração do fundo.

Os Fundos de Crédito Privado High Yield buscam retornos mais agressivos investindo em títulos de companhias com avaliação de crédito inferior, mas que oferecem maior retorno potencial. Por outro lado, os Fundos de Crédito Privado High Grade investem em empresas mais sólidas, com menor risco de inadimplência, sendo a carteira composta majoritariamente por créditos classificados como AAA.

Por fim, os Fundos de Direitos Creditórios (FIDCs) devem ter pelo menos 50% do patrimônio em direitos creditórios, como duplicatas e outros recebíveis. Cada um desses tipos de fundo atende a diferentes perfis de investidores e objetivos de investimento.

Com a Selic alta, vale a pena investir nestes ativos?

O atual ciclo de alta da taxa Selic tem criado um ambiente favorável para os fundos de crédito privado. Dois fatores principais contribuem para o bom momento desta classe de investimento. Primeiramente, a taxa Selic na casa dos dois dígitos tem aumentado a rentabilidade dos investimentos em renda fixa de forma geral. Além disso, a saída de recursos de outras classes, como ações e fundos multimercado, tem direcionado capital para os fundos de crédito.

Nesse contexto, investir em fundos de crédito privado pode ser uma estratégia interessante para investidores que buscam rendimentos superiores aos dos títulos públicos e estão dispostos a assumir um risco moderado. No entanto, é fundamental que o investidor avalie cuidadosamente o perfil de risco de cada fundo, a qualidade da gestão e a composição da carteira antes de tomar uma decisão.

ACESSO RÁPIDO

    Leia também