O dólar voltou a ganhar força nesta quinta-feira (10) e encerrou o dia cotado a R$ 5,8988, em alta de 0,88%. A moeda chegou a tocar R$ 5,95 no início da tarde, acompanhando o aumento da aversão ao risco nos mercados internacionais. Com o movimento, acumula valorização de 1,09% na semana e 3,39% no mês.
No início do pregão, no entanto, chegou a operar em baixa pontual, atingindo mínima de R$ 5,8259. O alívio veio após a divulgação de dados benignos de inflação ao consumidor nos Estados Unidos (CPI). O índice cheio recuou 0,1% em fevereiro, contrariando as projeções de alta de 0,1%. Já o núcleo da inflação avançou 0,1%, abaixo da expectativa de 0,3%.
Ao longo do dia, os mercados de câmbio seguiram sensíveis às notícias relacionadas ao conflito tarifário entre Estados Unidos e China, que seguem trocando medidas de retaliação. Os preços do petróleo, impactados por esse cenário, caíram mais de 3% no dia e já acumulam queda próxima de 15% em abril.
A percepção de que a disputa comercial pode desacelerar a economia global e até levar os EUA a uma recessão pressiona o preço das commodities — o que penaliza, em especial, as moedas de países emergentes. O real teve o pior desempenho entre as principais divisas do mundo nesta quinta-feira, seguido pelas moedas do México e da Colômbia.
O que está por trás da oscilação do dólar
O índice DXY, que mede o comportamento do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, recuou quase 2% e chegou a romper o patamar de 101.000 pontos, tocando mínima de 100.700. A divisa americana caiu mais de 2% frente ao euro, enquanto o franco suíço — considerado um porto seguro — subiu mais de 3%.
A máxima do dólar no dia coincidiu com o momento de maior aversão ao risco nos mercados internacionais, após a Casa Branca esclarecer que a tarifa total sobre produtos chineses subirá para 145% — soma dos 125% anunciados na quarta-feira com os 20% já em vigor anteriormente. Países que não adotarem retaliações contra os EUA terão tarifa mínima de 10%, suspensa por um período de 90 dias.
Nos momentos finais da sessão, os sinais de abertura para diálogo entre EUA e China contribuíram para amenizar as perdas das moedas emergentes. O presidente Donald Trump declarou que autoridades chinesas haviam feito contato para iniciar conversas, o que o deixou otimista. “De certa forma, Xi Jinping é meu amigo há muitos anos e espero poder conversar com ele”, disse Trump.
