As ações da Azul (AZUL4) dispara mais de 15% no pregão desta terça-feira (8/10) após ter chegado a um acordo de R$ 3 bilhões com seus credores. O anúncio foi feito na segunda-feira (7/10) e os investidores mostram otimismo com reestruturação financeira da empresa. Este movimento é visto como um passo importante para fortalecer a posição da Azul no setor aéreo.
O acordo com os credores inclui a renegociação de prazos e condições de pagamento, proporcionando à Azul maior fôlego financeiro para enfrentar os desafios do mercado. A empresa destacou que a reestruturação é parte de um esforço contínuo para otimizar suas operações e melhorar sua competitividade.
Pela negociação, os arrendadores dos aviões concordaram em reduzir a conversão de suas obrigações em ações, o que representa uma troca de R$ 3 bilhões por até 100 milhões de ações preferenciais. Considerando o fechamento das ações AZUL4 na última segunda-feira, a R$ 5,75, essas 100 milhões de ações equivaleriam a R$ 575 milhões.
Em relatório, a XP afirma que vê o acordo de forma positiva, ressaltando que ele resultaria em uma diluição de 21%, significativamente menor do que a conversão original do instrumento, que causaria uma diluição de cerca de 55% ao preço atual da ação – o que representa um “haircut” de aproximadamente R$ 1,8 bilhão (85% do valor de mercado da Azul).
O Bradesco BBI relembra que, em maio de 2023, a Azul havia acordado com os arrendadores a conversão de US$ 570 milhões em passivos de leasing em obrigações de capital a R$ 36,00 por ação, com conversões trimestrais previstas do 3º trimestre de 2024 até o 4º trimestre de 2027. Agora, os arrendadores e OEMs aceitaram renegociar os termos, reduzindo o preço de conversão para R$ 30,00 por ação, o que eleva a diluição de 20,5% para 22,3%.
O JPMorgan, por sua vez, avalia que o anúncio está em linha com as expectativas, já que uma diluição de capital de 20-25% já era esperada. No entanto, o banco elogiou o anúncio por remover o “overhang” (pressão sobre os ativos devido à possível emissão de novas ações) no curto prazo, relacionado a um potencial pedido de Chapter 11 (recuperação judicial nos EUA).
A casa destaca que isso ajudou a Azul a melhorar seu desempenho, que estava 17 pontos percentuais abaixo do Ibovespa desde o final de agosto. O banco mantém recomendação neutra para as ações.