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Amazon (AMZN): como estarão as ações daqui a um ano? Veja análise

Amazon (AMZN): como estarão as ações daqui a um ano? Veja análise

Diante de um cenário econômico incerto, muitos investidores se perguntam se seus ativos conseguiriam resistir a uma possível desaceleração. As ameaças do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre a imposição de tarifas comerciais, somadas aos recentes alertas do Federal Reserve sobre a instabilidade econômica, têm aumentado o receio entre os participantes do mercado.

Nesse contexto, os acionistas da Amazon (AMZN) também sentem os impactos. Desde o início do ano, os papéis da companhia acumulam uma queda de 8%. Mas será que essa queda reflete de fato o potencial da empresa, ou estamos diante de uma reação exagerada?

gráfico de cotação da amazon (amzn)

A seguir, veja quais os desafios a Amazon pode enfrentar nos próximos 12 meses — e os fatores que ainda podem impulsionar seu crescimento.

O que pode pesar contra a Amazon

Há economistas preocupados com o risco de uma recessão nos Estados Unidos, especialmente diante da possibilidade de o presidente Trump intensificar disputas comerciais. O JP Morgan, por exemplo, revisou sua previsão de recessão no país em 2025: a probabilidade subiu de 30% para 40%.

Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, contribuiu para aumentar os temores ao afirmar recentemente que a “incerteza econômica está notavelmente alta”. Os dados mais recentes mostraram que os consumidores norte-americanos reduziram os gastos em janeiro — a primeira queda em quase dois anos.

O segmento de e-commerce na América do Norte representa a maior fonte de receita da Amazon. No quarto trimestre, a companhia registrou US$ 115,6 bilhões em vendas nessa área, um avanço de 10% em relação ao mesmo período do ano anterior. No entanto, com o consumo desacelerando e a confiança do consumidor em queda, há risco de que os consumidores passem a conter ainda mais os gastos.

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O lado positivo: por que a Amazon segue forte

Apesar das incertezas envolvendo o consumo, não é possível afirmar que isso terá impacto direto nos resultados financeiros da Amazon. A empresa já demonstrou ser resiliente em crises anteriores.

Durante a crise financeira de 2008, por exemplo, a Amazon viu suas vendas crescerem 29%. Já no primeiro ano da pandemia de COVID-19, a receita avançou 22%. Isso se explica pelo fato de que os consumidores conseguem adquirir praticamente tudo o que precisam na plataforma — mesmo que mudem os hábitos de consumo, é pouco provável que deixem de usá-la.

Além disso, a Amazon é líder disparada no comércio eletrônico dos EUA, com cerca de 40% de participação de mercado, bem à frente do Walmart, que detém 5%. Mesmo com uma possível recessão, os consumidores devem continuar comprando online — e a Amazon deve manter sua vantagem competitiva nesse setor.

Vale destacar também que metade do lucro operacional da empresa vem da AWS (Amazon Web Services), sua divisão de computação em nuvem. Esse segmento deve continuar impulsionando o crescimento da companhia, em especial com o avanço da inteligência artificial.

De acordo com o Goldman Sachs, o mercado global de computação em nuvem voltado à IA pode alcançar US$ 2 trilhões nos próximos cinco anos — e a Amazon, que já detém 30% desse setor (à frente da Microsoft, com 21%), deve ser uma das grandes beneficiadas. Em um momento em que as empresas disputam espaço na corrida da IA, é improvável que reduzam investimentos, mesmo diante de uma desaceleração econômica.

E o que esperar para os próximos meses?

Embora a Amazon não esteja totalmente imune a um cenário de recessão, sua posição consolidada tanto no comércio eletrônico quanto em computação em nuvem pode amortecer os impactos de uma eventual crise.

Mais importante ainda: quem investe pensando no longo prazo deve considerar que comprar ações é apostar no potencial da empresa para os próximos anos. Mesmo com a atual volatilidade, os papéis da Amazon estão sendo negociados com desconto em relação a meses atrás.

Assim, aproveitar esse momento de correção pode ser uma decisão estratégica. Afinal, a liderança da Amazon em dois setores-chave da economia global — e-commerce e nuvem — dificilmente será abalada tão cedo.

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