O Banco do Brasil (BBAS3) foi o último dos grandes bancos brasileiros a divulgar seus resultados do quarto trimestre de 2024. A instituição, que compete com Santander (SANB11), Bradesco (BBDC4) e Itaú Unibanco (ITUB4), apresentou um lucro líquido ajustado de R$ 9,58 bilhões no período, montante 1,5% superior ao reportado no mesmo intervalo de 2023.
O desempenho anual foi impulsionado pelo crescimento da margem financeira bruta em 11,2%, das receitas de prestação de serviço em 4,9% e pelo controle das despesas administrativas em 4,4%. A linha, inclusive, foi mantida abaixo da inflação. A carteira de crédito ampliada registrou saldo de R$ 1,3 trilhão, com alta de 15,3% em 12 meses.
Após o balanço, o banco anunciou a distribuição de R$ 2,73 bilhões em remuneração aos acionistas, na forma de Juros sobre Capital Próprio (JCP) e dividendos. No dia seguinte à publicação dos resultados, as ações do Banco do Brasil iniciaram a sessão no vermelho e terminaram o pregão em baixa de 2,98%.
As ações do Banco do Brasil estão entre as favoritas dos investidores brasileiros, não apenas pela força da instituição no setor financeiro, mas também por sua atrativa política de distribuição de resultados. Nos últimos 12 meses, o dividend yield de BBAS3 atingiu 9,37%, de acordo com dados da Status Invest. A política atual prevê o pagamento de até 45% do lucro em dividendos aos acionistas.
Destaques operacionais do Banco do Brasil
O ROI da instituição alcançou 20,8% no período, demonstrando forte eficiência operacional. No entanto, um ponto de atenção foi o aumento da inadimplência, especialmente no setor do agronegócio.
O segmento representa uma parcela expressiva dos negócios da instituição financeira, desde financiamentos até demais operações de crédito. Por isso, qualquer oscilação no desempenho do setor tende a impactar diretamente os resultados do banco.
Apesar desse cenário desafiador no agronegócio, a diretoria do banco demonstra otimismo para 2025, prevendo uma recuperação do setor e consequente melhora nos indicadores de inadimplência.
Vale a pena investir em BBAS3?
De acordo com a Status Alpha, plataforma de análise da Status Invest, BBAS3 possui atualmente uma recomendação “estável”, com nota de classificação dos fundamentos de 65 (em uma escala até 100). A análise aponta que a demonstração do resultado do exercício (DRE) e o balanço patrimonial apresentam desempenho “médio”. Contudo, o fluxo de caixa é considerado um ponto de atenção, recebendo classificação “muito fraca”.
Já o Módulo Forecast da Status Invest, que reúne estimativas dos principais analistas do mercado global, apresenta um cenário mais otimista. Em um levantamento com 13 análises realizadas até 20 de fevereiro, sete analistas recomendam “compra forte”, cinco sugerem “aguardar” e apenas um indica “venda”.
Ainda de acordo com as estimativas coletadas pela plataforma, o preço-alvo consensual para as ações do Banco do Brasil (BBAS3) é de R$ 33,21, indicando um potencial de valorização (upside) de 19,11% em relação à cotação atual.
