O varejo é um dos setores mais populares da bolsa brasileira, representado por gigantes como Magazine Luiza (MGLU3), Casas Bahia (BHIA3) e Lojas Renner (LREN3) . Conhecidas pela ampla presença no mercado, essas companhias possuem uma conexão direta com o cotidiano dos consumidores, o que muitas vezes desperta o interesse dos investidores para investir em ações do segmento.
Nos últimos anos, o setor de varejo enfrentou um cenário desafiador. A combinação de crises econômicas, juros altos e mudanças nos hábitos de consumo, especialmente após a pandemia, resultou em resultados financeiros abaixo do esperado. Polêmicas e processos de recuperação judicial também abalaram a confiança dos investidores, refletindo em uma performance inferior ao Ibovespa. Apesar disso, ainda há oportunidades dentro do setor, mas elas exigem cautela e um estudo aprofundado.
Assim como em qualquer outro segmento da bolsa, o sucesso ao investir em ações de varejo depende de uma análise cuidadosa das empresas e dos fatores que influenciam seus resultados. Isso inclui a avaliação de indicadores financeiros e o monitoramento constante do ambiente econômico.
O que saber antes de investir em ações do varejo?
Investir em ações do varejo exige atenção redobrada, pois o setor é altamente sensível a diversos fatores econômicos. A seguir, veja alguns dos principais aspectos a serem considerados:
Taxa de juros
O setor de varejo é diretamente impactado pela política monetária. Quando a taxa de juros está alta, o crédito ao consumidor se torna mais caro, reduzindo as vendas parceladas, que são fundamentais para as varejistas. O aumento das despesas financeiras também pode pressionar as margens das empresas.
Inflação
Um cenário de inflação em alta impacta diretamente o poder de compra dos consumidores e reduz a demanda por produtos de varejo. Com isso, as empresas são forçadas a repassar os custos, o que pode impactar suas vendas e a fidelização de clientes.
Consumo das famílias
O comportamento de consumo das famílias é um indicador importante para o varejo e deve ser acompanhado de perto pelos investidores. Em períodos de recessão ou aumento do desemprego, a demanda por bens de consumo tende a cair, afetando o desempenho das empresas do setor.
Nível de endividamento
Como as varejistas dependem fortemente do financiamento para manter suas operações, o nível de endividamento das empresas é um fator crucial a ser monitorado. Empresas altamente alavancadas enfrentam maiores dificuldades em ambientes de juros elevados.
Vale a pena investir no varejo?
Embora o setor de varejo enfrente desafios, ele ainda pode oferecer oportunidades interessantes para investidores que realizam análises criteriosas, como ocorre com qualquer outro segmento da bolsa brasileira.
De acordo com Tales Barros, especialista em renda variável da Status Invest Assessoria, é importante que os investidores avaliem fatores como a saúde financeira, fluxo de caixa e nível de endividamento das companhias antes de investir em qualquer ação, independente do setor.
Além disso, um cenário de corte de juros pode ser benéfico para os papéis do segmento, já que melhora o acesso ao crédito tanto para consumidores quanto para as próprias empresas. No entanto, as incertezas econômicas ainda exigem cautela. Identificar empresas com bons fundamentos e com potencial de crescimento pode ser uma estratégia eficaz, mas é necessário acompanhar de perto os indicadores fundamentais e o cenário macroeconômico.
Maiores varejistas da bolsa brasileira
A bolsa brasileira conta com algumas das maiores varejistas do país, que possuem forte presença no mercado. Veja abaixo algumas das principais ações de varejo e suas situações atuais:
Magazine Luiza (MGLU3): atualmente negociada na casa dos R$ 12,90, os papéis da varejista acumulam uma variação negativa de mais de 32% neste ano. No segundo trimestre de 2024, a Magalu reportou um lucro líquido de R$ 37,4 milhões no segundo trimestre de 2024, revertendo prejuízo de R$ 198,8 milhões reportados em igual etapa do ano anterior.
Grupo Casas Bahia (BHIA3): fora do Ibovespa, as ações da Casas Bahia estão negociadas na casa dos R$ 6,80. No acumulado do ano, os papéis acumulam uma baixa de mais de 38,5%. No segundo trimestre, a varejista registrou um lucro líquido de R$ 37 milhões no segundo trimestre de 2024 (2T24), revertendo assim prejuízo de R$ 492 milhões no mesmo período do ano anterior.
Lojas Renner (LREN3): as ações da Lojas Renner, negociadas no Ibovespa, estão cotadas na casa dos R$ 17. No acumulado do ano, os papéis operam próximos da estabilidade, com leve baixa de 0,8% até o dia 29 de agosto. No segundo trimestre deste ano, a varejista anunciou um lucro líquido de R$ 315 milhões, indicando um crescimento de 37% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Grupo Mateus (GMAT3): no segmento de varejo alimentício, as ações do Grupo Mateus são um dos destaques. Os papéis da companhia estão negociados na casa dos R$ 8. No acumulado do ano, os papéis apresentam uma variação positiva de mais de 15%. No segundo trimestre de 2024, a empresa reportou lucro líquido de R$ 324,2 milhões, representando uma alta de 11,8% na comparação anual.
Americanas (AMER3): em meio a uma série de polêmicas, como descoberta de fraude contábil, as ações das Americanas acumulam uma perda de mais de 97% neste ano. A companhia está em processo de recuperação judicial e teve um prejuízo líquido de R$ 1,4 bilhão no primeiro semestre deste ano.
Através da Status Alpha, uma plataforma de inteligência artificial da Status Invest, é possível acessar informações detalhadas sobre mais de 37 mil ativos ao redor do mundo, incluindo ações de varejistas.
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