O dólar registrou sua quinta queda consecutiva frente ao real nesta quinta-feira (24), refletindo o alívio nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China. A moeda norte-americana encerrou o dia com baixa de 0,49%, cotada a R$ 5,6912, após atingir mínima de R$ 5,6634 durante a sessão.
Com o resultado de hoje, o dólar acumula queda de 1,94% na semana e passa a registrar leve recuo de 0,25% em abril. O movimento de apreciação do real vem acompanhando o desempenho positivo de outras divisas emergentes e de países exportadores de commodities, embaladas por novos estímulos monetários anunciados pelo governo chinês.
Sinais de trégua entre EUA e China trazem alívio aos mercados
O tom mais ameno adotado por Donald Trump — que afirmou ter se reunido com representantes da China e indicou a possibilidade de rever as tarifas de 145% para algo entre 50% e 65% nas próximas semanas — reacendeu o otimismo dos investidores. Embora Pequim siga negando a existência de negociações, o mercado se apoia na sinalização da Casa Branca como indicativo de possível distensão.
Juros altos seguem favorecendo o real
O real continua atrativo para estratégias de carry trade, dado o nível elevado da taxa Selic, mesmo com a possibilidade de que o atual ciclo de aperto monetário esteja se aproximando do fim.
Durante evento em Washington, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, reforçou que a moderação da atividade econômica é essencial para a convergência da inflação à meta, prevendo que o hiato do produto será revertido em até 18 meses.
Já Paulo Picchetti, diretor de Assuntos Internacionais do BC, reiterou que o Copom ainda mantém o plano de ajuste menor da Selic em maio, após a elevação de 1 ponto percentual em março, mas destacou que a extensão do ciclo segue indefinida.
DXY recua e moedas latino-americanas ganham força
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, caiu cerca de 0,60%, operando por volta dos 99,240 pontos no fim do dia, após atingir mínima de 99,226. Entre os pares do real, destaque para a valorização dos pesos chileno e colombiano.
Segundo ele, a menor atratividade dos ativos americanos em um cenário de crescimento mais fraco, inflação elevada e maior desemprego nos EUA pode acelerar a desvalorização do dólar globalmente nos próximos meses, favorecendo moedas emergentes como o real.
