
O Ibovespa encerrou a sessão desta quarta-feira (23) com valorização de 1,34%, aos 132.216,07 pontos — o maior patamar de fechamento desde 27 de março, quando o índice da B3 marcou 133.148,98 pontos. O volume financeiro somou R$ 24,2 bilhões.
A melhora no humor do mercado foi impulsionada pelo tom mais ameno adotado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tanto em relação às tarifas impostas à China quanto nas declarações sobre o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. O avanço do índice só não foi maior devido à queda superior a 2% nos contratos futuros de petróleo, o que pressionou ações de petroleiras como a Petrobras.
Trump afirmou que as tarifas de 145% sobre produtos chineses estão “muito altas” e indicou que o percentual deve ser reduzido “consideravelmente”, embora não a ponto de chegar a zero. Fontes ouvidas pela Dow Jones mencionam que a Casa Branca estuda cortar as tarifas para algo entre 50% e 65%.
“Se Trump mantiver esse tom mais equilibrado, podemos ver uma retomada mais firme das bolsas. Mas, caso volte a uma postura mais agressiva, o mercado tende a devolver os ganhos”, avalia Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank.
Para Felipe Moura, analista da Finacap, os investidores já entenderam a estratégia do presidente: “Trump costuma lançar propostas polêmicas como forma de abrir espaço para negociação. Isso cria um benefício da dúvida em relação a um possível acordo com a China”.
Na segunda-feira (22), feriado de Tiradentes no Brasil, os mercados americanos reagiram com forte volatilidade diante dos embates entre Trump e Powell. No entanto, o presidente dos EUA declarou nesta terça que “não pretende” demitir o chefe do Fed, o que ajudou a reduzir a tensão.
Ações de JBS e grandes bancos lideram ganhos; Petrobras recua
Na ponta positiva do Ibovespa, a JBS (JBSS3) saltou 6,38%, em meio ao avanço no processo de dupla listagem da companhia, com BDRs na B3 e ações na Nyse. Entre os papéis de maior peso, os grandes bancos fecharam todos no azul, com destaque para Bradesco ON (BBDC3), que avançou 3,30%, e Santander Brasil Unit (SANB11), com alta de 0,52%.
A Vale (VALE3), que divulgará seus resultados do primeiro trimestre de 2025 nesta quinta-feira (24), subiu 1,19%.
Já a Petrobras teve queda de 1,13% em PETR4 e de 0,73% em PETR3, pressionada pelo recuo de 2% nos preços do petróleo. A retração veio após a Reuters divulgar que países membros da Opep+ estariam defendendo uma antecipação no plano de aumento da produção de petróleo a partir de junho.
Wall Street também fecha em alta com alívio nas tensões
As bolsas de Nova York acompanharam o bom humor global e fecharam em alta. O Dow Jones avançou 1,07%, aos 39.606,57 pontos; o S&P 500 subiu 1,67%, aos 5.375,86 pontos; e o Nasdaq registrou a maior alta do dia, com 2,50%, encerrando aos 16.708,05 pontos.
Apesar de reportar queda no lucro líquido no primeiro trimestre, a Tesla (TSLA) viu suas ações subirem 5,34%. O CEO Elon Musk afirmou, durante a teleconferência de resultados, que sua dedicação ao Departamento de Eficiência Governamental dos EUA (Doge) “será significativamente reduzida” a partir de maio — o que foi bem recebido pelo mercado.