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Ibovespa oscila ao longo do dia e fecha com leve queda, à espera do PLDO e do PIB da China

Ibovespa oscila ao longo do dia e fecha com leve queda, à espera do PLDO e do PIB da China

Em um pregão marcado por agenda esvaziada e falta de novidades relevantes sobre a guerra comercial entre Estados Unidos e China, o Ibovespa passou o dia alternando entre leves altas e baixas. Ao final da sessão desta terça-feira (15), o índice encerrou com recuo moderado de 0,16%, aos 129.245,39 pontos. A variação do dia ficou abaixo de mil pontos, com mínima de 128.951,12 (-0,39%) e máxima de 129.927,08 (+0,37%). O volume financeiro foi de R$ 20,4 bilhões.

O clima nos mercados foi de cautela diante da expectativa pela divulgação, após o fechamento, do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) no Brasil, e dos dados do Produto Interno Bruto (PIB) da China, que saem na manhã desta quarta-feira (16), no horário local.

gráfico de cotação do ibovespa

Setores metálicos recuam, mesmo com alta do minério

Ações ligadas ao setor de mineração e siderurgia registraram queda generalizada, mesmo com o avanço do minério de ferro nos mercados asiáticos. Em Dalian, o minério subiu 0,99%, enquanto em Singapura a alta foi de 0,63%. Ainda assim, os papéis do setor caíram, com destaque para Vale ON (VALE3), que recuou 1,01%, e CSN ON (CSNA3), com queda de 3,46%.

“Na segunda e na sexta, o mercado se animou um pouco com sinais de possível flexibilização por parte do presidente Donald Trump em relação às tarifas, o que indicaria uma maior abertura para negociação. Mas, por outro lado, ainda há temores sobre uma possível escalada dos conflitos. Esses dois vetores acabam neutralizando o ímpeto do mercado, que opera perto da estabilidade”, comentou Marcos Moreira, sócio da WMS Capital.

Para Pedro Caldeira, sócio da One Investimentos, os dados do PIB da China podem impactar diretamente o mercado brasileiro, especialmente pelas implicações sobre o minério de ferro. “Uma economia chinesa mais fraca tende a afetar o Brasil, dado o peso das exportações de minério”, avaliou.

Petrobras pressiona o índice com queda de mais de 2%

As ações da Petrobras também contribuíram negativamente para o desempenho do Ibovespa. Os papéis preferenciais (PETR4) caíram 2,30%, acompanhando o recuo dos contratos futuros de petróleo. O WTI cedeu 0,33%, enquanto o Brent recuou 0,32%, após a Agência Internacional de Energia (AIE) revisar para baixo sua projeção de crescimento da demanda global em 2025.

A AIE reduziu em cerca de 300 mil barris por dia a expectativa de crescimento da demanda para o ano, citando o possível impacto negativo das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos sobre a atividade econômica global.

Bolsas de Nova York recuam com balanços e incertezas sobre tarifas

Nos Estados Unidos, os índices acionários também encerraram o dia em queda, em um movimento de ajuste após oscilarem durante o pregão. Os investidores acompanharam os primeiros resultados da temporada de balanços corporativos e tentaram interpretar os sinais contraditórios emitidos pela Casa Branca em relação à política comercial.

O Dow Jones caiu 0,38%, aos 40.368,96 pontos; o S&P 500 recuou 0,17%, aos 5.396,63 pontos; e o Nasdaq teve leve baixa de 0,05%, aos 16.823,17 pontos.

Em entrevista à Fox News, o presidente Donald Trump reacendeu as preocupações de Wall Street ao sugerir que os recursos arrecadados com as tarifas de importação poderiam substituir os impostos pagos pelos americanos, reforçando seu discurso protecionista.

Por outro lado, a secretária de Comunicação da Casa Branca, Karoline Leavitt, tentou acalmar os mercados afirmando que mais de 75 países estão buscando acordos com os Estados Unidos, e que anúncios formais devem ocorrer “muito em breve”.

Entre os destaques negativos do dia em Nova York, as ações da Boeing (BA) recuaram 2,36%. Embora tenham se afastado das mínimas após uma reportagem da Bloomberg, a companhia foi impactada pela notícia de que a China determinou que suas empresas aéreas suspendessem o recebimento de novas aeronaves da fabricante americana, em resposta à intensificação da guerra comercial entre Washington e Pequim.

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