Após semanas marcadas por recordes históricos, o Ibovespa encerrou a primeira semana de setembro com uma queda acumulada de mais de 1%. Apenas no último pregão da semana, no dia 6 de setembro, o principal índice acionário da bolsa brasileira tombou 1,41%, aos 134.572,45 pontos.
Entre os destaques da semana, os investidores repercutiram dados econômicos do Brasil e dos Estados Unidos — que surpreenderam o mercado de formas diferentes. Além disso, o cenário conturbado para o minério de ferro na China refletiu diretamente nos papéis de uma das gigantes do Ibovespa, o que também contribuiu para a variação negativa do indicador.
A seguir, confira os principais destaques que movimentaram o Ibovespa ao longo desta semana!
Ações da Vale despencam com minério de ferro
As ações da Vale (VALE3) acumularam uma variação negativa de mais de 3,6% na primeira semana de setembro. Em paralelo, o minério de ferro atingiu a maior perda semanal em quase dois anos na bolsa de Dalian, na China. A variação negativa da commodity ocorre em meio às preocupações crescentes com a economia da China, principal consumidora de aço no planeta, especialmente com a contração do setor imobiliário no país asiático.
Em julho deste ano, o preço médio das vendas de casas novas em 100 cidades chinesas avançou 0,11%, indicando uma desaceleração em relação ao crescimento sutil de 0,13% registrado no mês anterior, conforme os dados divulgados pela China Index Academy.
Além disso, os novos dados do setor de serviços da China também preocuparam os investidores nesta semana. O Índice de Gerentes de Compras (PMI) de serviços chinês passou de 52,1 em julho para 51,6 no mês passado.
BlackRock reduz participação na Azul
As ações da Azul (AZUL4) continuaram no radar do mercado e recuaram mais de 18% no acumulado da semana. Nesta semana, a gestora BlackRock vendeu ações da companhia aérea e reduziu sua participação na empresa para cerca de 4,716% do total de papéis preferenciais da Azul.
Em comunicado, a Azul disse ter sido informada pela gestora que as participações societárias detidas pela BlackRock passaram a ser, de forma agregada, de 14.841.071 ações PN e 331.819 ADRs, que representam 995.457 ações PN. Com isso, o total é de 15.836.528 ações AZUL4.
O movimento acontece poucos dias após a divulgação de notícias de que a Azul está buscando formas de renegociar dívidas, que vão desde uma oferta de ações até a apresentação de um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos.
PIB do Brasil surpreende
No cenário macroeconômico, os investidores repercutiram nesta semana a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil do segundo trimestre. Conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia brasileira avançou 1,4% no segundo trimestre de 2024 ante o primeiro trimestre.
O número veio acima das expectativas dos analistas e surpreendeu positivamente o mercado. A mediana das projeções do Broadcast apontavam para um avanço de 0,9% entre abril e junho.
Payroll pior do que o esperado
Na contramão da surpresa positiva no Brasil, os dados de emprego nos Estados Unidos vieram abaixo das expectativas do mercado e reacenderam as preocupações sobre a economia norte-americana, o que refletiu também no mercado brasileiro.
O payroll, principal relatório de empregos dos Estados Unidos, apontou a criação de 142 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês de agosto. O número veio abaixo das projeções de 160 mil postos de trabalho dos analistas do consenso LSEG, apesar de estar bem acima das 89 mil vagas criadas em julho.
Perspectivas positivas para o Ibovespa
Nesta semana, o Itaú BBA atualizou suas projeções para o Ibovespa. A casa estima que o principal índice acionário da bolsa brasileira deve chegar ao final de 2025 na casa dos 165 mil pontos. A nova projeção foi feita com base nas estimativas dos analistas do banco, considerando quatro pilares: valor, resultados, posicionamento e macro.
Além disso, a XP também revisou suas estimativas para o índice acionário. Para a casa, o Ibovespa deve chegar aos 155 mil pontos em uma janela de doze meses.
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