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Alta do dólar: o que faz a moeda norte-americana subir?

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dólar. Foto: Pixabay

A alta do dólar esteve no centro das discussões do mercado brasileiro nesta semana. Isso porque a divisa estadunidense renovou máximas históricas por duas sessões consecutivas, fechando acima de R$ 6 pela primeira vez na história nesta sexta-feira (29). No ano, a moeda norte-americana já acumula uma variação positiva de mais de 23% diante do real.

Diversos fatores contribuem para a oscilação da moeda norte-americana. Essas influências incluem elementos internos, como a política monetária brasileira, e externos, como decisões do Federal Reserve e o cenário econômico global. Entender esses aspectos é fundamental para entender o funcionamento da economia e os impactos deste cenário nos investimentos.

Quais fatores impactam a alta do dólar?

A cotação do dólar varia basicamente pela oferta e demanda. Quando há mais procura do que disponibilidade da moeda, seu preço aumenta. Essa dinâmica, no entanto, é influenciada por diversos fatores interligados.

Um dos principais elementos é a política monetária. No Brasil, o Banco Central define a taxa de juros, que pode atrair ou afastar investidores estrangeiros. Se a Selic cai, por exemplo, os investimentos em reais ficam menos atraentes, levando ao aumento da demanda por dólares.

Crises econômicas ou instabilidades políticas também impulsionam a alta do dólar. Investidores, temendo perdas, retiram capital do país e compram moeda estrangeira, ampliando a pressão sobre o câmbio.

No cenário externo, as decisões do Federal Reserve afetam diretamente o fluxo de capitais globais. Um aumento nos juros norte-americanos, por exemplo, torna o dólar mais rentável, atraindo investimentos de mercados emergentes como o Brasil.

Além disso, o comércio internacional e o fluxo de capitais têm papel crucial. Grandes volumes de importações, investimentos externos ou mesmo saída de divisas contribuem para a valorização da moeda norte-americana frente ao real.

Por que a cotação do dólar é importante?

A cotação do dólar é relevante porque impacta diretamente diversos setores da economia brasileira. Produtos importados, como eletrônicos e combustíveis, tornam-se mais caros, pressionando a inflação e reduzindo o poder de compra da população.

Além disso, empresas que dependem de insumos importados sofrem com custos mais elevados, afetando margens de lucro e preços finais. Por outro lado, exportadores se beneficiam, pois recebem em dólares e conseguem maiores receitas em reais.

Por ser a principal moeda de referência mundial, a divisa estadunidense influencia transações comerciais globais e investimentos, afetando a economia como um todo.

Banco Central pode conter a alta do dólar?

O Banco Central tem ferramentas para intervir no câmbio e controlar a alta do dólar. Um dos mecanismos mais comuns é o swap cambial, que consiste em contratos futuros que funcionam como uma proteção contra oscilações do dólar, sem movimentação física da moeda.

Outra opção é o empréstimo de dólares das reservas internacionais. Nesse caso, o Banco Central aumenta a oferta da moeda no mercado, reduzindo sua cotação sem comprometer as reservas permanentemente.

Por fim, o BC pode realizar leilões de venda direta de dólares das reservas. Essa operação aumenta imediatamente a oferta da moeda, ajudando a estabilizar o câmbio.

Apesar dessas alternativas, a eficácia das intervenções depende do cenário global e da percepção dos investidores. Assim, o dólar continua a ser uma variável-chave para a economia brasileira.

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