O dólar comercial acumula uma valorização superior a 19% em 2024, com base na cotação de fechamento da última quinta-feira (14). Nas últimas semanas, a moeda norte-americana atingiu níveis próximos aos registrados durante a pandemia, em 2020, o que trouxe preocupações ao mercado financeiro.
A alta do dólar impacta diretamente diversos setores da economia e reflete nos investimentos. Enquanto algumas empresas e setores se beneficiam dessa valorização, outros enfrentam desafios significativos, sobretudo aqueles dependentes de importações ou com custos dolarizados.
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Por que o dólar está subindo?
Um dos principais fatores para a alta do dólar é o cenário eleitoral nos Estados Unidos. A incerteza em torno das eleições presidenciais estimula investidores a buscar segurança em ativos dolarizados, fortalecendo a moeda frente ao real e outras divisas.
Outro ponto relevante são as políticas monetárias. Apesar da alta da Selic atrair investidores estrangeiros para o Brasil, o mercado segue atento aos desdobramentos da política monetária norte-americana. Nos Estados Unidos, embora o Federal Reserve tenha promovido cortes recentes, os juros futuros dispararam após a vitória de Donald Trump, refletindo uma expectativa de política monetária mais agressiva nos próximos anos.
Além disso, o cenário fiscal brasileiro, marcado por incertezas sobre o controle dos gastos públicos, pressiona ainda mais a cotação. A falta de medidas para ajustar o orçamento e aumentar a credibilidade econômica desestimula investidores, enfraquecendo o real.
Quais setores são beneficiados pela alta do dólar?
Setores ligados às commodities, ao agronegócio e aos frigoríficos são os grandes beneficiados pela valorização do dólar. Essas empresas possuem receitas expressivas no exterior, que são impulsionadas pela alta da moeda norte-americana, aumentando suas margens de lucro.
Quais setores são prejudicados?
Por outro lado, setores que dependem de custos dolarizados, mas têm receita em reais, enfrentam dificuldades. O varejo, por exemplo, sofre com o aumento dos custos de importação, o que pressiona as margens de lucro e pode gerar repasses ao consumidor.
As companhias aéreas, como Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4), também são impactadas. Combustíveis, peças e manutenção, além do financiamento de aeronaves, são despesas atreladas ao dólar. A alta da moeda torna essas operações mais caras, dificultando a rentabilidade.
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