As ações da Tesla (TSLA), montadora de veículos elétricos, registravam queda de 3,4% por volta das 12h18 (horário de Nova York) nesta sexta-feira. O desempenho negativo acompanha a tendência do mercado em geral, que reagiu mal a dados de inflação acima do esperado, além de uma revisão na projeção de preço das ações feita por um analista.
O índice de Despesas de Consumo Pessoal (PCE), considerado o principal indicador de inflação pelo Federal Reserve, teve alta de 0,4% em relação ao mês anterior e subiu 2,8% no acumulado de 12 meses — número um pouco acima das expectativas do mercado. Esses dados reacenderam preocupações inflacionárias, pressionando a maioria das ações no pregão.
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Paralelamente, o analista Edison Yu, do Deutsche Bank, publicou um relatório sobre a Tesla nesta manhã. Ele manteve a recomendação de compra para os papéis, mas reduziu o preço-alvo de US$ 420 para US$ 355. Yu também revisou para baixo suas estimativas de entregas da empresa no primeiro trimestre, de 378 mil para algo entre 340 mil e 350 mil veículos. Esse intervalo representaria uma queda de 11% na comparação anual, marcando o menor volume de entregas desde 2022.
O analista prevê ainda que as entregas da Tesla em 2025 devem totalizar 1,7 milhão de unidades — uma retração de 5% em relação ao ano anterior. Segundo ele, os principais fatores para essa revisão foram a fraqueza da demanda na Europa e o adiamento da nova versão do Model Y, chamada de Juniper.
A Tesla tem se mostrado uma ação altamente volátil neste ano. Apesar dos números mais fracos de entregas, muitos analistas seguem otimistas com o papel, apostando no potencial lançamento de robotáxis e robôs domésticos. No entanto, Yu faz um alerta: “Na Tesla, raramente as coisas acontecem de forma linear. E não esperamos que os projetos de robotáxis ou humanoides sejam exceção.”
Ainda vale a pena investir?
Os investidores estarão atentos ao relatório de resultados do primeiro trimestre, previsto para o fim de abril, para avaliar o impacto das entregas nos números da empresa. Esse balanço pode provocar forte reação nas ações.
Por ora, sigo neutro em relação ao papel. A Tesla está sendo negociada com um múltiplo de cerca de 100 vezes os lucros futuros, o que, na minha visão, representa uma relação risco-retorno pouco favorável no momento.